CAROS AMIGOS

Essas mulheres maravilhosas

Certos trabalhos exigem além de competência e dedicação, muita afinidade com aquilo que o trabalho requer, assim como quem dirige a empresa, organismo ou instituição. E assim foi na Fundação de Cultura de União da Vitória desde, praticamente, meus primeiros dias como diretor presidente daquela instituição. Assumi o cargo em março de 2003, a convite do então prefeito, Hussein Bakri, que me deu carta branca para introduzir as mudanças que eu entendesse necessárias. Optei por deixar quem lá estava e fazer uma avaliação durante aquele ano. Gradualmente, fui trazendo pessoas de minha confiança e identificadas com o fazer cultural. Assim foi com minhas então alunas na UNIUV, Edvone Cardoso, Simone Ulrich Nadolny e Luciana Koskoski Aoki. Todas integraram-se, perfeitamente, ao trabalho, como Edvone, que voltaria a trabalhar comigo em 2012, durante a gestão de Juco; na área teatral, Simone, no setor administrativo e Lu, mais diretamente, em uma espécie de assessoria em assuntos culturais. Ainda, juntamente, com Lu Koskoski, chamei Carmem Camargo, ex bancária, minha amiga pessoal há muitos anos e, extremamente, organizada, e, muito identificada com a ação cultural. Quando Lu saiu, indo residir em Londrina, onde casou e trabalha até hoje, chamei Robertinha Freysleben para seu lugar e que também incorporou-se de forma imediata a meus pressupostos ideológico-culturais, com eles se identificando. Após a saída de Carmem e Robertinha, vieram Marizete Kuritza, que assumiu os afazeres administrativos e a exemplo de Carmem também era e é minha amiga há muitos anos. Zete como eu a chamo também gostava do fazer cultural, sempre me acompanhando nas promoções artístico-culturais. ‑­
Praticamente junto com Zete, trouxe outra ex aluna, Eliceia Wachtel, competente, dedicada mas que, infelizmente, ficou pouco tempo comigo, adoeceu e faleceu. Em 2010, o então prefeito Juco me chamou em seu gabinete e perguntou se eu gostaria de levar Fernanda Grabowski para trabalhar comigo, respondi no ato, só se for agora, e, ela, mesmo estando em férias veio me ajudar a organizar a Feira do Livro daquele ano e, posteriormente, com seu talento e criatividade, redecorou o Bistrô da Cultura e sempre esteve a meu lado em todas horas, ficando comigo até meu último dia na Fundação, embora em 2013, não estivesse mais me assessorando diretamente, pois por questões políticas e, totalmente, injustas e injustificadas, perdeu o cargo em comissão e continuou apenas como funcionária de carreira, me auxiliando a administrar o Cine Teatro Luz, que já há muitos anos contava com o auxílio luxuoso, de, Maria Irene Pinho, nossa querida Dona Marlene, que sabia tudo do teatro, não se limitando nunca, somente, à limpeza. Dona Marlene sabia onde e quais gelatinas para a iluminação tínhamos, quais refletores estavam guardados e assim por diante. Dona Marlene foi mais uma, não apenas não reconhecida, por aqueles que me sucederam, mas injustiçada, pois mesmo mediante sua dedicação exclusiva e amor ao teatro, foi, sumariamente, dispensada.
Em 2012, e nos oito meses, de 2013, em que estive à frente da Fundação, também contei com a assessoria de Ale Krenski, na Biblioteca Municipal e ela foi fundamental na elaboração da 1ª Conferência Municipal de Cultura, e, me acompanhou em todos eventos literários organizados pela Fundação, assim como em outros, tornando-se a fotografa oficial desta. Também tive o privilégio de trabalhar com Lizzy Krenski, no mesmo período acima mencionado. Lizzy que era acadêmica do curso de História, entrou como estagiária e se incorporou tanto a seus afazeres administrativos na Fundação, que mudou ‑­
para o curso de Administração, e, a exemplo de Schirley Gohl que veio da Secretaria de Educação à disposição da Fundação, se incorporou de forma quase que simbiótica a Instituição.
Evidentemente, que outras mulheres passaram pela Fundação enquanto eu lá estive e algumas destas foram ótimas servidoras, mas não souberam, ou não quiseram ou não tiveram o feeling de amar ou aprender a amar a arte e a cultura, requisito básico para o fazer cultural.
A essas mulheres maravilhosas que me ajudaram a construir a cultura na cidade, o meu eterno agradecimento.

21 de fevereiro de 2014 – Delbrai Augusto Sá

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