REMINISCÊNCIAS

Saudades…

Durante o transcorrer do tempo de vivência, as pessoas desde o nascimento, sentem as mais diferentes emoções que determinam diversos e variados sentimentos, sejam positivos ou não.
É inerente ao ser humano o convívio em grupos, esses com iguais, semelhantes. A aproximação na maior parte das vezes ocorre por atração, independentemente de sexo, raça, cor, idade, ideologia política, crença religiosa, etc., verdadeira irmandade. Essa atração estabelece importante vínculo entre pessoas, laços de amizade.
A amizade entre pessoas desnecessita de justificativa e quando sincera é para a vida toda.
No transcorrer de minha existência tive a satisfação, o orgulho, a alegria de contar com muitos amigos, todos sinceros, capazes de se doarem, incondicionalmente, sem esperarem compensação, ou retribuição, pela simples razão de estarem servindo amigo.
A distância, a frequência, o tempo não são óbices para a duração, a constância da amizade. Ela se mantém viva, permanente sob qualquer circunstância.
Lembro de ultrapassados aproximados setenta anos, reuniam-se diversos garotos nas dependências da Serraria dos Irmãos Dalmaz nos finais de semana para jogarem pingue pongue. Inesquecíveis finais de semana.
Dentre os garotos frequentadores, irmanamente à época estabeleci amizade em especial com um dos filhos de um dos donos da firma Irmãos Dalmaz. Era o caro amigo Carlos Dalmaz, pessoa prestativa, benevolente, participativa, paciente, jamais tive notícia que tenha tido desentendimento grave com quem quer que seja. Digno representante da política da direita, adverso respeitável, tenaz em discussões face à esquerda, eis que culto e sempre abalizado em suas opiniões.
Segunda-feira que passou, quando cheguei ao escritório para cumprir mais uma etapa, recebi de supetão a desagradável notícia que havia falecido de mal súbito, o inesquecível amigo Carlos. Tive a sensação que o chão desapareceu sob meus pés. Jamais acreditei que isso poderia acontecer, porquanto Carlos era alguns anos mais novo. Fui ao féretro. Ainda durante o velório, aparvalhado com os acontecimentos, postulei aos céus que o amigo fosse bem recebido, fato que certamente aconteceu, pois era verdadeiro anjo sem asas. A despedida, a condução à última morada, tristeza, desde já saudades infindáveis.

Outro show que me vem rápido à cabeça é o Pink Floyd: Live at Pompeii, lançado em 1972. Esse show é incrível e a ideia é genial. Idealizado pelo cineasta francês Adrian Maben, a apresentação foi gravada no anfiteatro de Pompeia. O local faz parte das ruínas da cidade que foi destruída por um vulcão nos tempos antigos. A ideia do cineasta surgiu logo após ele visitar o lugar e achar que era perfeito para uma apresentação do Pink Floyd. Outra parte importante do projeto era que o show seria feito com a ausência do público, ideia que ia contra o que estava em alta na época, como os filmes lançados sobre Woodstock e o Gimme Shelter do Rolling Stones, que mostrava as bandas se apresentando para uma multidão. Para realizar esse show, as coisas não foram tão simples. A banda se recusou a fazer playback, então foi preciso levar todo o equipamento de show do Pink Floyd. Eles tiveram que alugar alguns caminhões de mudança e a viagem para levar os equipamentos da Inglaterra até Pompeia levou 3 dias. Chegando lá, eles viram que o local não tinha o fornecimento de energia necessário para toda a estrutura da banda. A solução foi puxar um cabo de extensão do local até a sede da prefeitura da cidade que estava a alguns quilômetros de distância. O engraçado é que algumas pessoas da produção se revezavam para cuidar que nenhum turista desavisado pisasse e desconectasse o cabo. Depois desse problema resolvido, as coisas andaram bem. A apresentação conta com a “Echoes”, uma música de 23 minutos que ocupa o lado B inteiro do disco Meddle, “Set The Controls For The Heart Of The Sun”, “One Of These Days” entre outras. Esse é um dos meus shows preferidos, a atmosfera do lugar (devido à trágica história da cidade) combina muito com o som sombrio do Floyd. Com certeza é uma das apresentações mais incríveis da história do rock. Enfim, por hoje é isso. Nas próximas colunas volto a comentar sobre outros grandes shows, meus nobres.

Clique para comentar
Sair da versão mobile