Mais uma praça para homenagear pessoas significativas para as cidades está sendo movimentada neste mês de outubro, mês em que se comemora, entre outras datas importantes, o Dia do Professor. Em uma iniciativa conjunta da Administração Municipal de Porto União e Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi) serão afixadas nesta praça, placas com nomes de cinco professores já falecidos e mais cinco professores que ainda estão entre nós.
Daqueles já falecidos serão homenageados Abílio Heiss, Germano Wagenführ, Gregório Berkenbrock, Pedro Stelmachuk, Raimundo Colaço. Mas também serão homenageadas as professoras aposentadas Anna Maria Bühnner, Ingrid Vilma Bieberbach, Maria Borges Michels, Miguelina Emília Hessa Treuke, e Rosa Correa da Maia Filha.
Assim como já se faz na Praça Memorial Mulher, a importância desta iniciativa é o resgate da história de pessoas que ajudaram a construir nossas cidades. Este resgate, por meio da escrita de suas biografias, vem sendo feito por membros da Alvi e trazendo à luz o reconhecimento a essas personalidades marcantes, que contribuíram com a construção e conhecimento, fundamentais, para o crescimento da sociedade e da cultura. Este reconhecimento traz para o conhecimento de todos a contribuição que cada homenageado deixou por meio de seu trabalho, de sua dedicação ao Magistério desde o início do século passado, mas que tem repercussões significativas até os dias de hoje e, pode-se afirmar, para sempre.
Também neste mês lembremos das crianças, nossos pequenos, seres em processo de crescimento e de formação em todas as áreas de sua personalidade: psicomotora, afetiva, social, cognitiva, escolar, intelectual, e espiritual. E quem mais do que pais e professores poderiam ser importantes para esta formação? Como figuras de autoridade, estes personagens são fundamentais para a orientação em direção ao desenvolvimento de condições para a socialização, da vida em sociedade, mas também para a autonomia, bem como de saúde física e emocional. É de conhecimento geral que estamos em crise educacional e de confusão de papeis e dar visibilidade para pessoas e profissionais da Educação acontece em um momento histórico e social em que estes valores estão precisando de lembrança e fortalecimento. Feliz a ideia em fazer lembrar os fundamentos de uma vida pessoal e social consistente e bem constituída, como vemos na história de cada professor e professora homenageada nestas praças, para referência e bons exemplos das gerações atuais. Se pararmos para pensar, um pouquinho que seja, e procurarmos lembrar de nossos tempos de escola e mesmo quem ainda está estudando, cada um de nós encontrará em sua memória uma professora, um professor que foram referência, exemplo a ser seguido. Tem também aqueles que não serão bem lembrados, mas também estes ensinam, ou seja, ensinam o que não fazer… exemplo não seguir! Não é destes que falaremos aqui. Falaremos aqui daqueles que sabiam muito bem ocupar seu lugar em uma sala de aula e sabiam que, fazer bem seu trabalho, era e continua sendo, missão e responsabilidade essenciais na orientação de vidas que iniciam e balizam a formação para a vida toda.
Certamente até há pouco, muito do que produzimos, criamos, inventamos para a vida laboral, social, cultural veio do que aprendemos com nossos pais e professores, pilares firmes de orientação, que nos serviram e servem de inspiração para fazermos o melhor em nossas vidas. Mas temos vivido tempos, ultimamente, em que estas referências vêm sendo postas à prova. Cada vez mais crianças e adolescentes, muitos adultos também, tem procurado espelharem-se em influencers, modelos pulverizados e numerosos na virtualidade, baseados em aparências, em falar qualquer coisa e dominar, por eternas duas semanas ou mesmo dias, mentes e comportamentos.
E a vida interior vai se perdendo, pois, os modelos vêm de fora, do virtual. Com isso, torna-se frágil a constituição dos sujeitos e sua estrutura pessoal, social, cultural, existencial. Para onde vamos assim?
É bem neste momento que se faz fundamental olhar para de onde viemos, para a história de nossos ancestrais retratados, lembrados e eternizados não só em nosso ser, mas também publicamente, em praças para que olhemos para sua contribuição na construção da cidade e da sociedade em que vivemos. Tanto na Praça Memorial Mulher, como agora, na Praça do Professor, por meio de um Qr code, pode-se acessar a história de cada homenageado, escrita por membros da Academia de Letras e que contam as trajetórias de vida, de trabalho, de criatividade que os eternizam e nos servem de modelos confiáveis e consistentes.
Que esta iniciativa, ora concretizada na Praça do Professor, seja inspiração para que valores e princípios éticos, humanitários, pautados na cultura e Educação venham a se fazer cada vez mais presentes em boas práticas para a construção de uma sociedade melhor.
Por Maris Stela da
Luz Stelmachuk
Membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi),
ocupante da Cadeira 16, cujo patrono é Alvir Riesemberg.
Situada à rua Expedicionário Edmundo Arrabar, 3915, no
Bairro Santa Rosa, Porto União.
Rua Prof. Hilário André Dezordi, 231 – São Pedro, Porto União – SC