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COLUNISTAS

O Mestre Dr. Mansur

No início do exercício da advocacia, isso a aproximados quarenta anos, tinha escritório na rua Fernando Machado em Porto União. Era vizinho do saudoso Mestre Dr. João Farani Mansur Gueiros, decano do direito, com vasto conhecimento geral, professor e único diretor da extinta Escola Técnica de Comércio C.el David Carneiro, que era instalada na Praça C.el Amazonas, nesta cidade atual UNESPAR.
O Mestre, pessoa acessível, de boa índole, paciente, ensinou a muitos novéis bacharéis em direito, aos quais me incluo os meandros da lide nem sempre aclarados na escola.
Como vizinho de escritório, todas as manhãs, se não para obter orientação, costumava ir visitá-lo, quando as conversas versavam sobre os mais diversos assuntos, muitas histórias relativas à profissão e outras diversas.
Contava o Mestre que, depois de formado em direito em Curitiba, resolveu tentar o exercício da profissão no interior e escolheu como local a cidade de Joaçaba.
Naqueles idos anos passados, quando a viagem rápida era efetuada sobre os trilhos da estrada de ferro, tomou o trem em Curitiba e desembarcou na plataforma da Estação Ferroviária de União que era o ponto final. Para seguir à Joaçaba não havia conexão, a linha de Curitiba lá fazia ponto final, trem somente no dia seguinte às 6 horas.
Sem alternativa, contava o Mestre, foi passar a noite no Hotel Avenida que foi demolido e deu lugar ao Cine Ópera. Muito cansado, descansando em cama confortável, não houve quem o acordasse a tempo de embarcar no trem com destino a Joaçaba. Em razão disso, procurou alguns parentes que nesse sitio residiam, foi ficando, tomou gosto pelas cidades e comarcas, para gaudio de quantos o conheceram.
Muitas histórias dele e sobre ele, eram e são ainda contadas. Reconhecidamente era tido como “mão fechada”, não gastava nem para “fazer um cego cantar”. O escritório do Mestre estava localizado no pavimento térreo da casa de moradia e para acessá-lo era necessário ultrapassar um pequeno portão de ferro malhado instalado em muro de alvenaria baixo, ao lado de outro que dava acesso à garagem dos veículos. A porta do escritório do Mestre dava acesso à garagem e voltada à frente do imóvel havia grande janela que proporcionava ampla visão, inclusive de eventuais visitantes.
Certa manhã avistou adentrando ao portão de acesso ao escritório, conhecido mendigo que bateu à porta e o Mestre sentado por detrás da escrivaninha inquiriu:
“- Quem é?”
E do lado de fora disse o mendigo:
“- Uma esmolinha Doutor.”
Respondeu de pronto o Mestre:
“- Passe por baixo da porta” – e o mendigo seguiu adiante, desiludido.
Esse era o Mestre, outras eventuais histórias no futuro.

09 de março de 2002 – Irapuan Caesar da Costa

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EM PRIMEIRA MÃO

Porto União segue com cronograma de pavimentações

A semana iniciou com os trabalhos da secretaria de obras no bairro Cidade Nova, na parte alta rua Joaquim Nabuco, se estendendo para as rua Euzébio Correia, Leno Tonial, Miguel Vieira Rodrigues e parte da rua Eduardo Senff. Essas ruas estão recebendo a camada asfáltica.

No Loteamento Vila Santa Inês, no Distrito Industrial, parte da rua Rogério Lemos de Camargo está recebendo obras assim como a instalação de meio fio nas demais ruas que estão com a base asfáltica concluídas.
No bairro Bela Vista seguem as obras de tubulação e preparação da base da rua Eleseo Secondo Bortoluzzi, que dá acesso à estação Engenheiro Mello.
No interior do município também seguem as obras de pavimentação no distrito de São Miguel da Serra. As ruas que estão tendo a base preparada para posterior pavimentação são Almiro Kreling, José Froelich, Arthur Frei, Francisco Faerber, Fritz Pohlmann, Jacob V. Filho e Irmã Regina Mibach.
No interior também têm vários trechos de estradas rurais recebendo obras depois do final de semana de tempo chuvoso. É o caso da estrada de São José do Maratá, Serra do Maratá, Estrada do Guaraú, Serra do Hipólito no Legru e partes da estrada do Rio Bonito. São reparos emergenciais nos pontos mais críticos, mas o cronograma de manutenção das estradas do interior segue normalmente.

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EDUCAÇÃO

Simpósio do curso de Enfermagem da Ugvaborda temas atuais da profissão

Entre os dias 02 e 05 de setembro de 2024, aconteceu o Simpósio do curso de Enfermagem da Ugv – Centro Universitário. O evento contou com palestras sobre temas atuais da profissão, e teve a participação de acadêmicos de todos os períodos do curso, além de membros do público externo, que aproveitaram a oportunidade para conhecer mais sobre a área da Enfermagem. Na segunda-feira, 02, o Simpósio foi iniciado com a presença do Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren-PR), representado pelas Enfermeiras Doutoras Daniela Avila e Jani Missel, que trouxeram informações práticas sobre o piso salarial e as atualidades da Enfermagem, traçando um panorama contemporâneo da área.

Em seguida, o Enfermeiro Elivelton Luis de Melo, Coordenador do CCHI e do Núcleo de Segurança do Paciente do Hospital APMI de União da Vitória, abordou o tema “Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCHI): Perspectivas Atuais”.
Na terça-feira, dia 03, os acadêmicos assistiram à palestra “Avaliação Clínica e de Enfermagem Farmacológica no Atendimento Inicial de Urgência e Emergência”, ministrada pelo Médico Álvaro Kroetz G. Gomes e pelo Farmacêutico Hospitalar egresso da Ugv, Thiago Schipitoski.
O Empreendedorismo foi destaque na quarta-feira, dia 04, com a palestra realizada por Everton Moreira, Especialista em Empreendedorismo e Negócios e Consultor do Sebrae Paraná. A noite foi finalizada com a fala da psiquiatra Margarete Olivo, que trouxe informações pertinentes para os futuros profissionais da área da Saúde sobre o Transtorno de Ansiedade.
O Simpósio foi encerrado na manhã de quinta-feira, dia 05, com uma simulação realística de resgate de um possível suicida. O cenário contou com a participação dos Bombeiros comunitários de Santa Catarina, acadêmicos e professores, e foi coordenado pelo professor Amarildo Rodrigues dos Santos.
A Ugv – Centro Universitário agradece a todos os palestrantes e profissionais envolvidos por compartilhar seus conhecimentos e experiências. Temos certeza de que o evento proporcionou aprendizados valiosos para nossos alunos, preparando-os para os desafios da carreira na área de Enfermagem!

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NOTAS DISSONANTES

Djavan: Entre Acordes e Poesia

Ei, Takezo aqui! Este mês, vamos desviar um pouco das guitarras distorcidas e amplificadores valvulados para mergulhar na suavidade e profundidade de Djavan, um dos maiores nomes da música brasileira. Se você acha que é só rock que faz o coração bater mais forte, prepare-se para repensar essa ideia. Djavan é a prova viva de que a música não precisa de rótulos; ela só precisa tocar a alma.

Djavan nasceu em Maceió, em 1949, é um mestre na arte de transformar emoções em melodias. Com uma carreira que se estende por mais de quatro décadas, ele se estabeleceu como um dos artistas mais versáteis e inovadores do Brasil. O cara consegue misturar MPB, jazz, samba, bossa nova e até elementos do pop com uma naturalidade que faz a gente se perguntar como não pensaram nisso antes.
Mas o que faz Djavan ser tão especial? A resposta está no equilíbrio perfeito entre poesia e melodia. As letras dele são verdadeiras obras de arte, onde cada palavra é escolhida a dedo para criar uma vibe única. Em canções como “Sina”, “Oceano” e “Flor de Lis”, Djavan nos leva para um passeio pelas paisagens de suas emoções, onde o mar, o céu e a natureza são metáforas para as complexidades do amor e da vida. E é impossível não se deixar levar pelas melodias que ele cria, cheias de acordes inusitados e harmonias sofisticadas, que são a marca registrada de seu estilo. Esses dias tirei um tempo para estudar algumas músicas dele, e cara, fiquei espantado como as sequências de acordes são lindas e complexas, como as letras são belas e profundas, como tudo na música se encaixa perfeitamente.
E se a gente acha que o rock é o único gênero que sabe improvisar, Djavan vem e mostra que a música brasileira também tem suas jams. O cara tem uma habilidade incrível para criar variações melódicas e harmônicas que surpreendem até os ouvidos mais experientes. É como se ele estivesse sempre em busca de novas formas de expressar as mesmas emoções, e cada vez que ele tenta, acerta em cheio. Além de ser um ótimo cantor e compositor, Djavan também é um grande instrumentista. Sua habilidade no violão é algo que merece destaque, com uma técnica refinada que equilibra a delicadeza e a complexidade. Ele faz parecer fácil o que é, na verdade, extremamente difícil: criar arranjos que soam simples, mas que são repletos de nuances e detalhes.
E não dá para falar de Djavan sem mencionar a importância dele para a música brasileira e para a cultura do país. Suas canções têm um apelo universal, mas nunca perdem a essência brasileira. Ele conseguiu mandar a música do Brasil para o mundo, sem abrir mão de sua identidade. Djavan é aquele artista que consegue dialogar com diferentes gerações, passando sua arte de forma atemporal.
Em resumo, Djavan é um verdadeiro mestre dos sons e das palavras. Ele nos ensina que a música não precisa ser barulhenta para ser poderosa, e que a suavidade pode ser tão impactante quanto o mais estridente dos solos de guitarra. Então, mesmo que o rock seja a nossa praia, este mês vamos tirar o chapéu para Djavan, um artista que continua a enriquecer a nossa cultura e a nos mostrar que a música brasileira tem um lugar especial no cenário mundial. Se você ainda não deu uma chance para Djavan, talvez seja a hora de apertar o play e deixar que as ondas sonoras te levem para lugares onde só a música pode chegar.

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