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NOTAS DISSONANTES

Grandes shows da história do rock (parte 1)

Olá, eu sou o Takezo! Como vocês estão? Pensei em falar sobre alguns dos maiores shows da história do rock na coluna deste mês. Grandes não só no sentido de público, mas na sua importância.

Para começar, o primeiro que me veio à cabeça foi o último show dos Beatles, aquele que aconteceu no terraço do edifício da Apple (empresa criada pelos Beatles para gravação, não aquela de celular caro hehe). O show aconteceu no dia 30 de janeiro de 1969 ao meio dia. Por ser horário de almoço, começou a juntar uma multidão na frente do prédio e no terraço dos edifícios em volta. Lá em cima estava ventando forte para caramba e a temperatura estava baixa. Para contornar esse problema, John Lennon pediu emprestado o casaco de pele da Yoko para se apresentar e o Ringo Starr usou uma capa vermelha de sua esposa, Maureen Cox. Ainda tinha o problema do vento forte por causa da captação de som. Os engenheiros tiveram a ideia de embrulhar os microfones das guitarras e baterias com meias calças, o que a princípio deu certo porque o som que foi lançado dessa apresentação ficou bom! O músico Billy Preston se apresentou junto nesse dia icônico. Eu assisti o documentário “Beatles Anthology”, que conta a história da banda por eles mesmos, e eu lembro que nessa parte eles falaram que o clima entre eles estava bem zoado (depois de pouco tempo eles iam acabar se separando mesmo) e a presença do Billy deixou as coisas melhores, deu uma melhorada no clima. A apresentação durou cerca de uns 40 minutos e foi interrompida pela polícia que estava incomodada com a multidão na frente do prédio, pois estavam atrapalhando o trânsito. Sem contar o problema do barulho que a banda estava fazendo. No começo o pessoal que estava no edifício não quis deixar a polícia entrar, mas depois de serem ameaçados de prisão acabaram deixando. O Paul McCartney não queria parar de tocar, ele achou o máximo se o último show dos Beatles acabasse com eles sendo presos. Eles tocaram uns dos seus maiores sucessos nesse dia. Tocaram “Get Back”, “Don’t Let Me Down”, “I’ve Got A Feeling”. A performance da banda foi incrível, o pessoal na época achou que era um ensaio para um possível retorno dos Beatles aos palcos. Você encontra a apresentação completa nas plataformas de streaming com o nome de The Beatles: Get Back — The Rooftop Performance.

Outro show que me vem rápido à cabeça é o Pink Floyd: Live at Pompeii, lançado em 1972. Esse show é incrível e a ideia é genial. Idealizado pelo cineasta francês Adrian Maben, a apresentação foi gravada no anfiteatro de Pompeia. O local faz parte das ruínas da cidade que foi destruída por um vulcão nos tempos antigos. A ideia do cineasta surgiu logo após ele visitar o lugar e achar que era perfeito para uma apresentação do Pink Floyd. Outra parte importante do projeto era que o show seria feito com a ausência do público, ideia que ia contra o que estava em alta na época, como os filmes lançados sobre Woodstock e o Gimme Shelter do Rolling Stones, que mostrava as bandas se apresentando para uma multidão. Para realizar esse show, as coisas não foram tão simples. A banda se recusou a fazer playback, então foi preciso levar todo o equipamento de show do Pink Floyd. Eles tiveram que alugar alguns caminhões de mudança e a viagem para levar os equipamentos da Inglaterra até Pompeia levou 3 dias. Chegando lá, eles viram que o local não tinha o fornecimento de energia necessário para toda a estrutura da banda. A solução foi puxar um cabo de extensão do local até a sede da prefeitura da cidade que estava a alguns quilômetros de distância. O engraçado é que algumas pessoas da produção se revezavam para cuidar que nenhum turista desavisado pisasse e desconectasse o cabo. Depois desse problema resolvido, as coisas andaram bem. A apresentação conta com a “Echoes”, uma música de 23 minutos que ocupa o lado B inteiro do disco Meddle, “Set The Controls For The Heart Of The Sun”, “One Of These Days” entre outras. Esse é um dos meus shows preferidos, a atmosfera do lugar (devido à trágica história da cidade) combina muito com o som sombrio do Floyd. Com certeza é uma das apresentações mais incríveis da história do rock. Enfim, por hoje é isso. Nas próximas colunas volto a comentar sobre outros grandes shows, meus nobres.

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1 Comentário

1 Comentário

  1. Fabíola Vier de Ramos

    05/28/2022 a 19:18

    Gostei muito dessa história, show bola meu amigo Takezo, sucesso pra vc meu amigo.

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NOTAS DISSONANTES

Djavan: Entre Acordes e Poesia

Ei, Takezo aqui! Este mês, vamos desviar um pouco das guitarras distorcidas e amplificadores valvulados para mergulhar na suavidade e profundidade de Djavan, um dos maiores nomes da música brasileira. Se você acha que é só rock que faz o coração bater mais forte, prepare-se para repensar essa ideia. Djavan é a prova viva de que a música não precisa de rótulos; ela só precisa tocar a alma.

Djavan nasceu em Maceió, em 1949, é um mestre na arte de transformar emoções em melodias. Com uma carreira que se estende por mais de quatro décadas, ele se estabeleceu como um dos artistas mais versáteis e inovadores do Brasil. O cara consegue misturar MPB, jazz, samba, bossa nova e até elementos do pop com uma naturalidade que faz a gente se perguntar como não pensaram nisso antes.
Mas o que faz Djavan ser tão especial? A resposta está no equilíbrio perfeito entre poesia e melodia. As letras dele são verdadeiras obras de arte, onde cada palavra é escolhida a dedo para criar uma vibe única. Em canções como “Sina”, “Oceano” e “Flor de Lis”, Djavan nos leva para um passeio pelas paisagens de suas emoções, onde o mar, o céu e a natureza são metáforas para as complexidades do amor e da vida. E é impossível não se deixar levar pelas melodias que ele cria, cheias de acordes inusitados e harmonias sofisticadas, que são a marca registrada de seu estilo. Esses dias tirei um tempo para estudar algumas músicas dele, e cara, fiquei espantado como as sequências de acordes são lindas e complexas, como as letras são belas e profundas, como tudo na música se encaixa perfeitamente.
E se a gente acha que o rock é o único gênero que sabe improvisar, Djavan vem e mostra que a música brasileira também tem suas jams. O cara tem uma habilidade incrível para criar variações melódicas e harmônicas que surpreendem até os ouvidos mais experientes. É como se ele estivesse sempre em busca de novas formas de expressar as mesmas emoções, e cada vez que ele tenta, acerta em cheio. Além de ser um ótimo cantor e compositor, Djavan também é um grande instrumentista. Sua habilidade no violão é algo que merece destaque, com uma técnica refinada que equilibra a delicadeza e a complexidade. Ele faz parecer fácil o que é, na verdade, extremamente difícil: criar arranjos que soam simples, mas que são repletos de nuances e detalhes.
E não dá para falar de Djavan sem mencionar a importância dele para a música brasileira e para a cultura do país. Suas canções têm um apelo universal, mas nunca perdem a essência brasileira. Ele conseguiu mandar a música do Brasil para o mundo, sem abrir mão de sua identidade. Djavan é aquele artista que consegue dialogar com diferentes gerações, passando sua arte de forma atemporal.
Em resumo, Djavan é um verdadeiro mestre dos sons e das palavras. Ele nos ensina que a música não precisa ser barulhenta para ser poderosa, e que a suavidade pode ser tão impactante quanto o mais estridente dos solos de guitarra. Então, mesmo que o rock seja a nossa praia, este mês vamos tirar o chapéu para Djavan, um artista que continua a enriquecer a nossa cultura e a nos mostrar que a música brasileira tem um lugar especial no cenário mundial. Se você ainda não deu uma chance para Djavan, talvez seja a hora de apertar o play e deixar que as ondas sonoras te levem para lugares onde só a música pode chegar.

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Shoegaze: introspecção,barulho e beleza

Ei, Takezo aqui! Vamos falar de shoegaze, aquele estilo de rock que, mesmo se você nunca ouviu falar pelo nome, provavelmente já sentiu algumas sensações que este estilo nos passa. Esse gênero nasceu lá pelo final dos anos 80 e início dos anos 90 no Reino Unido. Imagine uma galera de cabelos desgrenhados, olhos baixos, e pedais de efeitos. Isso é o shoegaze: uma mistura de introspecção, barulho e beleza.

O shoegaze surgiu como uma resposta ao punk e ao pós-punk, misturando guitarras distorcidas com uma pegada mais atmosférica. A ideia era criar um som tão denso que você quase podia tocar. Um dos primeiros a apontar o caminho foi o The Jesus and Mary Chain, com o álbum “Psychocandy” (1985), que abriu as portas para essa vibe mais etérea e cheia de feedback.
Mas o shoegaze realmente ganhou força com bandas como My Bloody Valentine, Slowdive e Ride. Esses caras pegavam suas guitarras, enchiam de efeitos como reverb e delay, e criavam um som que era mais sobre sentir do que ouvir. O vocal muitas vezes era mais um instrumento, misturado na música, quase sussurrando no ouvido.

Apesar de ter tido uma explosão relativamente curta, o shoegaze deixou uma marca profunda na música. A maneira como essas bandas manipulavam o som influenciou uma gama enorme de gêneros. Eles trouxeram uma nova abordagem para a produção musical, focando mais na textura e na atmosfera do que nas estruturas tradicionais de canção.
Muitas bandas foram inspiradas por essa pegada mais sensorial do som. Você pode ver a influência do shoegaze no dream pop, no noise pop, e até no indie rock. O legado do shoegaze está na maneira como abriu espaço para a experimentação sonora, encorajando músicos a brincarem com os limites do que é possível fazer com uma guitarra e alguns pedais.

Quando se fala em shoegaze, é impossível não mencionar o My Bloody Valentine. O álbum “Loveless” (1991) é um marco. Kevin Shields, o gênio por trás da banda, passou anos aperfeiçoando aquele som único e avassalador. É o tipo de álbum que você coloca e se perde dentro dele.
Outra banda fundamental é o Slowdive. Eles criaram algumas das músicas mais bonitas e etéreas do gênero. Álbuns como “Just for a Day” (1991) e “Souvlaki” (1993) são pura poesia sonora. O Ride também merece destaque, especialmente com o álbum “Nowhere” (1990), que misturava melodias doces com uma parede de som distorcida.

O shoegaze nunca morreu de verdade. Depois de um período de hibernação, ele ressurgiu com força. Bandas como DIIV, Nothing e Whirr pegaram a tocha e mantiveram o espírito vivo, trazendo o shoegaze para uma nova geração.
Além disso, muitas das bandas originais do shoegaze voltaram à ativa. O Slowdive, por exemplo, lançou um álbum homônimo em 2017 depois de um longo hiato, e foi um sucesso. O My Bloody Valentine também voltou com “m b v” em 2013, mostrando que ainda tinha muito a dizer.

O shoegaze é mais do que um estilo de música; é uma experiência sensorial. É sobre se perder nas camadas de som, deixar-se envolver pelas guitarras distorcidas e pelos vocais etéreos. Ele continua a influenciar e inspirar, mostrando que, mesmo depois de décadas, ainda tem um lugar especial no coração dos amantes da música.
Se você ainda não mergulhou nesse mar sonoro, pegue seus fones de ouvido, deite-se no sofá e deixe o shoegaze te levar. Prometo que vai valer a pena.

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Kurt Cobain

Ei, Takezo aqui! Vocês conseguem acreditar que já se passaram 30 anos desde que o mundo perdeu um dos ícones mais marcantes da música? É isso mesmo, estamos falando sobre Kurt Cobain, o cara que revolucionou o mundo do rock e deixou uma marca inigualável em nossos corações e mentes. Me lembro como se fosse ontem quando ouvi pela primeira vez aquela guitarra distorcida de “Smells Like Teen Spirit”. Foi como uma explosão no mundo da música. Kurt, com sua voz rouca e letras profundas, trouxe uma nova energia ao rock’n’roll. Ele não só falava para uma geração, mas para várias, e suas músicas ressoam até os dias de hoje. O impacto de Kurt Cobain vai muito além de suas músicas. Ele personificou uma geração inteira. Sua atitude antissistema e sua sinceridade brutal inspiraram milhões de jovens a encontrar suas próprias vozes e expressar suas próprias verdades, não importando o quão sombrias ou controversas pudessem ser.
Mas, infelizmente, Kurt também nos deixou cedo demais. Sua morte trágica aos 27 anos deixou um vazio no mundo da música que nunca será preenchido. No entanto, seu legado continua mais forte do que nunca. Suas músicas continuam a tocar nas rádios, suas camisetas continuam a ser usadas por fãs de todas as idades e sua influência continua a ser sentida em bandas que surgem a cada dia. Uma das coisas mais marcantes sobre Kurt Cobain foi sua autenticidade. Ele nunca tentou ser algo que não era. Ele não tinha medo de mostrar suas fraquezas, suas lutas e suas imperfeições. E é isso que o torna tão amado e admirado até hoje. Ele era um dos nossos, alguém com quem podíamos nos identificar, alguém que entendia nossas dores e nossos anseios. Além disso, Kurt foi um verdadeiro artista. Suas letras eram poesias brutais que tocavam a alma. Ele conseguia expressar emoções complexas de uma forma que poucos conseguem. Sua música era como uma terapia para muitos de nós, um lembrete de que não estamos sozinhos em nossas lutas.
Mas não podemos falar sobre Kurt Cobain sem mencionar o impacto do Nirvana como um todo. A banda não só ajudou a definir uma era, mas também abriu as portas para uma nova onda de música alternativa. Eles mostraram ao mundo que o rock ainda tinha muito a oferecer e que não precisava se conformar com as normas estabelecidas pela indústria. É difícil dizer o que Kurt estaria fazendo hoje se ainda estivesse entre nós. Talvez estivesse liderando uma nova revolução musical, talvez estivesse aproveitando sua aposentadoria em algum lugar tranquilo, longe dos holofotes. Mas uma coisa é certa: ele nunca será esquecido.
Então, enquanto falamos sobre os 30 anos da morte de Kurt Cobain, vamos lembrar não apenas da sua música, mas também do homem por trás dela. Vamos lembrar do seu sorriso tímido, do seu cabelo bagunçado e do seu espírito indomável. Vamos lembrar do legado que ele deixou para trás e do impacto que ele teve em nossas vidas. Kurt Cobain pode ter partido, mas sua música viverá para sempre. E isso, meus amigos, é algo verdadeiramente especial.

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