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NOTAS DISSONANTES

Grandes shows da história do rock (parte 2)

Olá, eu sou o Takezo! Como vocês estão? Continuando a falar dos grandes shows da história do rock, nesta parte 2 pensei em falar sobre dois que o pessoal não comenta tanto, mas que foram grandes apresentações e eu, particularmente, gosto muito.

Para começar, pensei em falar sobre a apresentação do Nirvana no Reading Festival de 92. O show aconteceu em 30 de agosto de 1992, no palco principal do festival. Esse seria, infelizmente, o último show da banda na Inglaterra. O Nirvana já tinha tocado em outra edição do festival, mas agora voltava como headliner e uma das maiores bandas do mundo após o lançamento do álbum “Nevermind” e seus clipes terem tocado infinitas vezes na programação da MTV. Dave Grohl disse que eles acabaram ensaiando só uma vez para o festival e que o ensaio tinha sido realmente ruim, ele achava que o show seria um desastre e que seria o fim da carreira deles. No dia do show rolavam vários boatos de que a banda não se apresentaria devido a saúde do Kurt Cobain. Há tempos o Kurt vinha sendo notícia em vários jornais e revistas de matérias sensacionalistas devido ao uso abusivo de drogas e que ele não conseguiria fazer o show. Momentos antes do Nirvana entrar no palco, o público estava em um silêncio absoluto sem saber o que aconteceria. Como piada, o Kurt entrou no palco em uma cadeira de rodas, uma peruca e um jaleco hospitalar. Eles abriram o show já com uma paulada que é a música “Breed” que começa com um riff de guitarra pesado e logo em seguida é acompanhado pela banda. Só com esse começo, o público já sentia que ia ser uma apresentação especial. O repertório contou com 25 músicas, grande parte era do disco “Nevermind” como por exemplo “Lithium”, “Come As You Are”, “In Bloom” e claro, “Smells Like Teen Spirit”. Também tocaram músicas mais antigas do disco “Bleach” e alguns covers inusitados como “D-7” do Wipers. No final ocorreu tudo bem, a voz do Kurt estava incrível e a banda fez uma das melhores performances da sua carreira, calando a crítica na época. Foi lançado um DVD do show em 2009, você consegue encontrar a apresentação no Youtube e nas plataformas de streaming de música.

O segundo show que vamos conversar é a apresentação do Oasis em Knebworth. A verdade é que a banda fez dois shows, nos dias 10 e 11 de agosto de 1996, para 250 mil pessoas. 2,5 milhões de pessoas tentaram comprar ingressos, isso seria 4% da população da Inglaterra. A única banda que conseguiria fazer isso na época era o Oasis. Eles estavam gigantes após o lançamento e turnê do disco “(What ‘s the Story) Morning Glory?”. A turnê tinha acabado e eles tiraram 3 meses de férias antes dos shows em Knebworth. A demanda de ingressos era muito grande, os 125 mil ingressos da primeira noite esgotaram em apenas algumas horas, sendo anunciado assim a segunda noite de show. Recentemente, Noel Gallagher (guitarrista e vocalista da banda, junto com seu irmão Liam) disse que foi idiotice abrir apenas duas noites de shows, que se eles quisessem podiam estar tocando lá até hoje, disse isso no seu tradicional “bom humor”. A mídia não falava em outra coisa, eles estavam nas capas de todas as revistas e eram vendidas edições especiais para celebrar o evento. A imprensa chegou a dizer que era o show da década. Para vocês terem ideia, só de convidados para área VIP, a lista chegou a ter 7000 nomes. O sistema de som foi o maior visto até então na Europa, eram 11 torres de caixas de som. Outros grupos tocaram como bandas de abertura, bandas como The Prodigy e Chemical Brothers. O Oasis entrou no palco chutando bolas infláveis gigantes para o público e começaram tocando a música “Columbia”, que foi a primeira música gravada pelo grupo. O público cantava todas as músicas do repertório, não importava se eram lado B ou grandes singles da banda. Claro que a multidão foi à loucura quando eles mandaram seus maiores sucessos como “Wonderwall”, “Don’t Look Back In Anger” e “Champagne Supernova”. Sem dúvida foi um grande evento. Liam Gallagher disse: “Para mim, Knebworth foi o Woodstock dos anos 90. Era sobre a música e as pessoas. Foi bíblico”. Recentemente saiu um documentário sobre o evento que acabou passando nos cinemas. O documentário conseguiu números incríveis, sendo a maior bilheteria de documentários de 2021 no Reino Unido.
Enfim, pessoal, nesta segunda parte eu não quis trazer shows super conhecidos como Woodstock, Live 8 ou Rock in Rio, mas trouxe outros dois espetáculos marcantes para a história do rock.
Depois de falar desses grandes shows, fico por aqui. Nas próximas colunas conversamos sobre mais!

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2 Comentários

1 Comentário

  1. Mariana dos Santos

    06/27/2022 a 15:56

    Top Parabéns amigo muito sucesso sempre mandou muito bem 1000 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼🔝🔝🔝🔝Deus continue sempre abençoando 🫂🙏🏻🙏🏻🙏🏻🥰

  2. Leslie Andrucho.

    07/01/2022 a 14:48

    Que incrível! É muito interessante as histórias de bandas de Rock, shows que provavelmente ficarão para a eternidade, momentos únicos!!!
    Parabéns Guilherme!!!

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Djavan: Entre Acordes e Poesia

Ei, Takezo aqui! Este mês, vamos desviar um pouco das guitarras distorcidas e amplificadores valvulados para mergulhar na suavidade e profundidade de Djavan, um dos maiores nomes da música brasileira. Se você acha que é só rock que faz o coração bater mais forte, prepare-se para repensar essa ideia. Djavan é a prova viva de que a música não precisa de rótulos; ela só precisa tocar a alma.

Djavan nasceu em Maceió, em 1949, é um mestre na arte de transformar emoções em melodias. Com uma carreira que se estende por mais de quatro décadas, ele se estabeleceu como um dos artistas mais versáteis e inovadores do Brasil. O cara consegue misturar MPB, jazz, samba, bossa nova e até elementos do pop com uma naturalidade que faz a gente se perguntar como não pensaram nisso antes.
Mas o que faz Djavan ser tão especial? A resposta está no equilíbrio perfeito entre poesia e melodia. As letras dele são verdadeiras obras de arte, onde cada palavra é escolhida a dedo para criar uma vibe única. Em canções como “Sina”, “Oceano” e “Flor de Lis”, Djavan nos leva para um passeio pelas paisagens de suas emoções, onde o mar, o céu e a natureza são metáforas para as complexidades do amor e da vida. E é impossível não se deixar levar pelas melodias que ele cria, cheias de acordes inusitados e harmonias sofisticadas, que são a marca registrada de seu estilo. Esses dias tirei um tempo para estudar algumas músicas dele, e cara, fiquei espantado como as sequências de acordes são lindas e complexas, como as letras são belas e profundas, como tudo na música se encaixa perfeitamente.
E se a gente acha que o rock é o único gênero que sabe improvisar, Djavan vem e mostra que a música brasileira também tem suas jams. O cara tem uma habilidade incrível para criar variações melódicas e harmônicas que surpreendem até os ouvidos mais experientes. É como se ele estivesse sempre em busca de novas formas de expressar as mesmas emoções, e cada vez que ele tenta, acerta em cheio. Além de ser um ótimo cantor e compositor, Djavan também é um grande instrumentista. Sua habilidade no violão é algo que merece destaque, com uma técnica refinada que equilibra a delicadeza e a complexidade. Ele faz parecer fácil o que é, na verdade, extremamente difícil: criar arranjos que soam simples, mas que são repletos de nuances e detalhes.
E não dá para falar de Djavan sem mencionar a importância dele para a música brasileira e para a cultura do país. Suas canções têm um apelo universal, mas nunca perdem a essência brasileira. Ele conseguiu mandar a música do Brasil para o mundo, sem abrir mão de sua identidade. Djavan é aquele artista que consegue dialogar com diferentes gerações, passando sua arte de forma atemporal.
Em resumo, Djavan é um verdadeiro mestre dos sons e das palavras. Ele nos ensina que a música não precisa ser barulhenta para ser poderosa, e que a suavidade pode ser tão impactante quanto o mais estridente dos solos de guitarra. Então, mesmo que o rock seja a nossa praia, este mês vamos tirar o chapéu para Djavan, um artista que continua a enriquecer a nossa cultura e a nos mostrar que a música brasileira tem um lugar especial no cenário mundial. Se você ainda não deu uma chance para Djavan, talvez seja a hora de apertar o play e deixar que as ondas sonoras te levem para lugares onde só a música pode chegar.

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Shoegaze: introspecção,barulho e beleza

Ei, Takezo aqui! Vamos falar de shoegaze, aquele estilo de rock que, mesmo se você nunca ouviu falar pelo nome, provavelmente já sentiu algumas sensações que este estilo nos passa. Esse gênero nasceu lá pelo final dos anos 80 e início dos anos 90 no Reino Unido. Imagine uma galera de cabelos desgrenhados, olhos baixos, e pedais de efeitos. Isso é o shoegaze: uma mistura de introspecção, barulho e beleza.

O shoegaze surgiu como uma resposta ao punk e ao pós-punk, misturando guitarras distorcidas com uma pegada mais atmosférica. A ideia era criar um som tão denso que você quase podia tocar. Um dos primeiros a apontar o caminho foi o The Jesus and Mary Chain, com o álbum “Psychocandy” (1985), que abriu as portas para essa vibe mais etérea e cheia de feedback.
Mas o shoegaze realmente ganhou força com bandas como My Bloody Valentine, Slowdive e Ride. Esses caras pegavam suas guitarras, enchiam de efeitos como reverb e delay, e criavam um som que era mais sobre sentir do que ouvir. O vocal muitas vezes era mais um instrumento, misturado na música, quase sussurrando no ouvido.

Apesar de ter tido uma explosão relativamente curta, o shoegaze deixou uma marca profunda na música. A maneira como essas bandas manipulavam o som influenciou uma gama enorme de gêneros. Eles trouxeram uma nova abordagem para a produção musical, focando mais na textura e na atmosfera do que nas estruturas tradicionais de canção.
Muitas bandas foram inspiradas por essa pegada mais sensorial do som. Você pode ver a influência do shoegaze no dream pop, no noise pop, e até no indie rock. O legado do shoegaze está na maneira como abriu espaço para a experimentação sonora, encorajando músicos a brincarem com os limites do que é possível fazer com uma guitarra e alguns pedais.

Quando se fala em shoegaze, é impossível não mencionar o My Bloody Valentine. O álbum “Loveless” (1991) é um marco. Kevin Shields, o gênio por trás da banda, passou anos aperfeiçoando aquele som único e avassalador. É o tipo de álbum que você coloca e se perde dentro dele.
Outra banda fundamental é o Slowdive. Eles criaram algumas das músicas mais bonitas e etéreas do gênero. Álbuns como “Just for a Day” (1991) e “Souvlaki” (1993) são pura poesia sonora. O Ride também merece destaque, especialmente com o álbum “Nowhere” (1990), que misturava melodias doces com uma parede de som distorcida.

O shoegaze nunca morreu de verdade. Depois de um período de hibernação, ele ressurgiu com força. Bandas como DIIV, Nothing e Whirr pegaram a tocha e mantiveram o espírito vivo, trazendo o shoegaze para uma nova geração.
Além disso, muitas das bandas originais do shoegaze voltaram à ativa. O Slowdive, por exemplo, lançou um álbum homônimo em 2017 depois de um longo hiato, e foi um sucesso. O My Bloody Valentine também voltou com “m b v” em 2013, mostrando que ainda tinha muito a dizer.

O shoegaze é mais do que um estilo de música; é uma experiência sensorial. É sobre se perder nas camadas de som, deixar-se envolver pelas guitarras distorcidas e pelos vocais etéreos. Ele continua a influenciar e inspirar, mostrando que, mesmo depois de décadas, ainda tem um lugar especial no coração dos amantes da música.
Se você ainda não mergulhou nesse mar sonoro, pegue seus fones de ouvido, deite-se no sofá e deixe o shoegaze te levar. Prometo que vai valer a pena.

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Kurt Cobain

Ei, Takezo aqui! Vocês conseguem acreditar que já se passaram 30 anos desde que o mundo perdeu um dos ícones mais marcantes da música? É isso mesmo, estamos falando sobre Kurt Cobain, o cara que revolucionou o mundo do rock e deixou uma marca inigualável em nossos corações e mentes. Me lembro como se fosse ontem quando ouvi pela primeira vez aquela guitarra distorcida de “Smells Like Teen Spirit”. Foi como uma explosão no mundo da música. Kurt, com sua voz rouca e letras profundas, trouxe uma nova energia ao rock’n’roll. Ele não só falava para uma geração, mas para várias, e suas músicas ressoam até os dias de hoje. O impacto de Kurt Cobain vai muito além de suas músicas. Ele personificou uma geração inteira. Sua atitude antissistema e sua sinceridade brutal inspiraram milhões de jovens a encontrar suas próprias vozes e expressar suas próprias verdades, não importando o quão sombrias ou controversas pudessem ser.
Mas, infelizmente, Kurt também nos deixou cedo demais. Sua morte trágica aos 27 anos deixou um vazio no mundo da música que nunca será preenchido. No entanto, seu legado continua mais forte do que nunca. Suas músicas continuam a tocar nas rádios, suas camisetas continuam a ser usadas por fãs de todas as idades e sua influência continua a ser sentida em bandas que surgem a cada dia. Uma das coisas mais marcantes sobre Kurt Cobain foi sua autenticidade. Ele nunca tentou ser algo que não era. Ele não tinha medo de mostrar suas fraquezas, suas lutas e suas imperfeições. E é isso que o torna tão amado e admirado até hoje. Ele era um dos nossos, alguém com quem podíamos nos identificar, alguém que entendia nossas dores e nossos anseios. Além disso, Kurt foi um verdadeiro artista. Suas letras eram poesias brutais que tocavam a alma. Ele conseguia expressar emoções complexas de uma forma que poucos conseguem. Sua música era como uma terapia para muitos de nós, um lembrete de que não estamos sozinhos em nossas lutas.
Mas não podemos falar sobre Kurt Cobain sem mencionar o impacto do Nirvana como um todo. A banda não só ajudou a definir uma era, mas também abriu as portas para uma nova onda de música alternativa. Eles mostraram ao mundo que o rock ainda tinha muito a oferecer e que não precisava se conformar com as normas estabelecidas pela indústria. É difícil dizer o que Kurt estaria fazendo hoje se ainda estivesse entre nós. Talvez estivesse liderando uma nova revolução musical, talvez estivesse aproveitando sua aposentadoria em algum lugar tranquilo, longe dos holofotes. Mas uma coisa é certa: ele nunca será esquecido.
Então, enquanto falamos sobre os 30 anos da morte de Kurt Cobain, vamos lembrar não apenas da sua música, mas também do homem por trás dela. Vamos lembrar do seu sorriso tímido, do seu cabelo bagunçado e do seu espírito indomável. Vamos lembrar do legado que ele deixou para trás e do impacto que ele teve em nossas vidas. Kurt Cobain pode ter partido, mas sua música viverá para sempre. E isso, meus amigos, é algo verdadeiramente especial.

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