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NOTAS DISSONANTES

Retrospectiva 2022

Olá, eu sou o Takezo! Estamos chegando no final do ano, época em que gosto de ver listas e vídeos de retrospectiva, então pensei em fazer isso na coluna deste mês. Este ano tivemos muitos lançamentos bons no mundo da música. Vou escolher alguns deles que me chamaram atenção e vamos trocar uma ideia sobre eles.
Para começar vou falar de um disco que foi lançado mês passado. Estou falando do “The Car” do Arctic Monkeys. O disco foi lançado em 21 de outubro, e, conta com 10 músicas. O álbum segue a mesma linha de seu antecessor “Tranquility Base Hotel & Casino” com músicas mais lentas que fogem do estilo que marcou o início da carreira da banda. O som passa longe do Indie tradicional e passeia por estilos como lounge pop, soul, jazz e tem uma pegada de trilha sonora de filme. Eu particularmente gostei muito do álbum, mas ele acabou dividindo um pouco a base de fãs, pois muita gente gostaria de ouvir um trabalho novo do Arctic Monkeys com mais peso e músicas rápidas como antigamente. Os 3 singles do disco,“There’d Better Be A Mirror ball”, “Body Paint” e “I Ain’t Quite Where I Think I Am”, são muito bons! Outra música que gostei bastante já na primeira vez em que ouvi foi a “Big Ideas”. No começo deste mês de novembro, assisti ao show deles em Curitiba e todo o conceito do show é baseado nas ideias desse disco, o palco é montado como se fosse da década de 60. Até músicas mais antigas são tocadas nessa pegada nova, com distorções mais leves na guitarra, por exemplo. Você acha várias performances da banda em programas de TV ou em grandes festivais tocando as músicas do novo disco, vale a pena procurar para ter uma ideia de como está soando ao vivo.
Outro lançamento que foi muito aguardado este ano foi o disco novo do Red Hot Chili Peppers, porque contava com a volta do lendário guitarrista John Frusciante, com certeza o guitarrista preferido dentre todos que passaram pela carreira da banda. O disco se chama “Unlimited Love” e conta com 17 faixas! O estilo do som é o tradicional alternativo/funk rock que consagrou a banda. Sempre me impressiona a quantidade de músicas que os Chili Peppers compõem para os seus discos, não sendo o bastante essas 17 faixas, os caras lançam um segundo disco meses depois chamado “Return of the Dream Canteen” com mais 17 músicas! Isso é insano demais (risos). Eles escreveram e gravaram as músicas para os dois discos ao mesmo tempo. Eles sempre foram uma banda muito criativa. Em seus shows, sempre criam partes novas para as músicas, tanto o Frusciante como o Flea e o Chad improvisam solos incríveis em praticamente todo o repertório do show. Os principais singles desses dois discos lançados pelo Chili Peppers este ano são “Black Summer”, “These Are The Ways”, “Tippa My Tongue” e “The Drummer”.
Agora falando de rock nacional, vamos falar do Terno Rei. A banda indie lançou este ano o disco “Gêmeos”. Ele foge um pouco da pegada de som que foi feito no disco Violeta, disco que levou a banda para um patamar mais alto na cena nacional. Esse álbum tem uma pegada um pouco mais pop e MPB que o anterior, mas ainda tem a característica da banda com guitarras e sintetizadores que levam o ouvinte a viajar. A música “Brutal” é sensacional e eu vi o clipe ser gravado ao vivo durante o show na Ópera de Arame em Curitiba. Foi um momento muito emocionante mesmo. O single “Dias da Juventude” também chama a atenção com um refrão que gruda na cabeça e faz o público cantar forte no show. Outra música que gosto muito no disco é a “Sorte Ainda”. Ela tem um instrumental sensacional logo no início da música. O refrão também é muito bom. Vale a pena demais conhecer esse trabalho!
Também não posso deixar de falar da minha banda! A Indigans lançou dois EPs este ano, o “É… mas e daí? Todo mundo é estranho” e o “Eu Não Me Incluo Aqui”. Os dois EPs juntos contam com 8 músicas que a gente tocou na íntegra na mini tour que por enquanto passou por Florianópolis, Jaraguá do Sul e União da Vitória. A gente está muito feliz com a recepção que o nosso som está tendo, recebemos mensagens de pessoas falando que as músicas fizeram diferença de alguma forma na vida delas. Isso é muito louco e gratificante. Como nossas letras são sobre histórias que a gente realmente viveu e como a gente se enxerga no mundo, é muito bom ver pessoas se identificando com essa visão e com essas experiências.
Esses foram alguns dos lançamentos que ouvi bastante este ano, convido você a dar uma ouvida também!

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Djavan: Entre Acordes e Poesia

Ei, Takezo aqui! Este mês, vamos desviar um pouco das guitarras distorcidas e amplificadores valvulados para mergulhar na suavidade e profundidade de Djavan, um dos maiores nomes da música brasileira. Se você acha que é só rock que faz o coração bater mais forte, prepare-se para repensar essa ideia. Djavan é a prova viva de que a música não precisa de rótulos; ela só precisa tocar a alma.

Djavan nasceu em Maceió, em 1949, é um mestre na arte de transformar emoções em melodias. Com uma carreira que se estende por mais de quatro décadas, ele se estabeleceu como um dos artistas mais versáteis e inovadores do Brasil. O cara consegue misturar MPB, jazz, samba, bossa nova e até elementos do pop com uma naturalidade que faz a gente se perguntar como não pensaram nisso antes.
Mas o que faz Djavan ser tão especial? A resposta está no equilíbrio perfeito entre poesia e melodia. As letras dele são verdadeiras obras de arte, onde cada palavra é escolhida a dedo para criar uma vibe única. Em canções como “Sina”, “Oceano” e “Flor de Lis”, Djavan nos leva para um passeio pelas paisagens de suas emoções, onde o mar, o céu e a natureza são metáforas para as complexidades do amor e da vida. E é impossível não se deixar levar pelas melodias que ele cria, cheias de acordes inusitados e harmonias sofisticadas, que são a marca registrada de seu estilo. Esses dias tirei um tempo para estudar algumas músicas dele, e cara, fiquei espantado como as sequências de acordes são lindas e complexas, como as letras são belas e profundas, como tudo na música se encaixa perfeitamente.
E se a gente acha que o rock é o único gênero que sabe improvisar, Djavan vem e mostra que a música brasileira também tem suas jams. O cara tem uma habilidade incrível para criar variações melódicas e harmônicas que surpreendem até os ouvidos mais experientes. É como se ele estivesse sempre em busca de novas formas de expressar as mesmas emoções, e cada vez que ele tenta, acerta em cheio. Além de ser um ótimo cantor e compositor, Djavan também é um grande instrumentista. Sua habilidade no violão é algo que merece destaque, com uma técnica refinada que equilibra a delicadeza e a complexidade. Ele faz parecer fácil o que é, na verdade, extremamente difícil: criar arranjos que soam simples, mas que são repletos de nuances e detalhes.
E não dá para falar de Djavan sem mencionar a importância dele para a música brasileira e para a cultura do país. Suas canções têm um apelo universal, mas nunca perdem a essência brasileira. Ele conseguiu mandar a música do Brasil para o mundo, sem abrir mão de sua identidade. Djavan é aquele artista que consegue dialogar com diferentes gerações, passando sua arte de forma atemporal.
Em resumo, Djavan é um verdadeiro mestre dos sons e das palavras. Ele nos ensina que a música não precisa ser barulhenta para ser poderosa, e que a suavidade pode ser tão impactante quanto o mais estridente dos solos de guitarra. Então, mesmo que o rock seja a nossa praia, este mês vamos tirar o chapéu para Djavan, um artista que continua a enriquecer a nossa cultura e a nos mostrar que a música brasileira tem um lugar especial no cenário mundial. Se você ainda não deu uma chance para Djavan, talvez seja a hora de apertar o play e deixar que as ondas sonoras te levem para lugares onde só a música pode chegar.

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Shoegaze: introspecção,barulho e beleza

Ei, Takezo aqui! Vamos falar de shoegaze, aquele estilo de rock que, mesmo se você nunca ouviu falar pelo nome, provavelmente já sentiu algumas sensações que este estilo nos passa. Esse gênero nasceu lá pelo final dos anos 80 e início dos anos 90 no Reino Unido. Imagine uma galera de cabelos desgrenhados, olhos baixos, e pedais de efeitos. Isso é o shoegaze: uma mistura de introspecção, barulho e beleza.

O shoegaze surgiu como uma resposta ao punk e ao pós-punk, misturando guitarras distorcidas com uma pegada mais atmosférica. A ideia era criar um som tão denso que você quase podia tocar. Um dos primeiros a apontar o caminho foi o The Jesus and Mary Chain, com o álbum “Psychocandy” (1985), que abriu as portas para essa vibe mais etérea e cheia de feedback.
Mas o shoegaze realmente ganhou força com bandas como My Bloody Valentine, Slowdive e Ride. Esses caras pegavam suas guitarras, enchiam de efeitos como reverb e delay, e criavam um som que era mais sobre sentir do que ouvir. O vocal muitas vezes era mais um instrumento, misturado na música, quase sussurrando no ouvido.

Apesar de ter tido uma explosão relativamente curta, o shoegaze deixou uma marca profunda na música. A maneira como essas bandas manipulavam o som influenciou uma gama enorme de gêneros. Eles trouxeram uma nova abordagem para a produção musical, focando mais na textura e na atmosfera do que nas estruturas tradicionais de canção.
Muitas bandas foram inspiradas por essa pegada mais sensorial do som. Você pode ver a influência do shoegaze no dream pop, no noise pop, e até no indie rock. O legado do shoegaze está na maneira como abriu espaço para a experimentação sonora, encorajando músicos a brincarem com os limites do que é possível fazer com uma guitarra e alguns pedais.

Quando se fala em shoegaze, é impossível não mencionar o My Bloody Valentine. O álbum “Loveless” (1991) é um marco. Kevin Shields, o gênio por trás da banda, passou anos aperfeiçoando aquele som único e avassalador. É o tipo de álbum que você coloca e se perde dentro dele.
Outra banda fundamental é o Slowdive. Eles criaram algumas das músicas mais bonitas e etéreas do gênero. Álbuns como “Just for a Day” (1991) e “Souvlaki” (1993) são pura poesia sonora. O Ride também merece destaque, especialmente com o álbum “Nowhere” (1990), que misturava melodias doces com uma parede de som distorcida.

O shoegaze nunca morreu de verdade. Depois de um período de hibernação, ele ressurgiu com força. Bandas como DIIV, Nothing e Whirr pegaram a tocha e mantiveram o espírito vivo, trazendo o shoegaze para uma nova geração.
Além disso, muitas das bandas originais do shoegaze voltaram à ativa. O Slowdive, por exemplo, lançou um álbum homônimo em 2017 depois de um longo hiato, e foi um sucesso. O My Bloody Valentine também voltou com “m b v” em 2013, mostrando que ainda tinha muito a dizer.

O shoegaze é mais do que um estilo de música; é uma experiência sensorial. É sobre se perder nas camadas de som, deixar-se envolver pelas guitarras distorcidas e pelos vocais etéreos. Ele continua a influenciar e inspirar, mostrando que, mesmo depois de décadas, ainda tem um lugar especial no coração dos amantes da música.
Se você ainda não mergulhou nesse mar sonoro, pegue seus fones de ouvido, deite-se no sofá e deixe o shoegaze te levar. Prometo que vai valer a pena.

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Kurt Cobain

Ei, Takezo aqui! Vocês conseguem acreditar que já se passaram 30 anos desde que o mundo perdeu um dos ícones mais marcantes da música? É isso mesmo, estamos falando sobre Kurt Cobain, o cara que revolucionou o mundo do rock e deixou uma marca inigualável em nossos corações e mentes. Me lembro como se fosse ontem quando ouvi pela primeira vez aquela guitarra distorcida de “Smells Like Teen Spirit”. Foi como uma explosão no mundo da música. Kurt, com sua voz rouca e letras profundas, trouxe uma nova energia ao rock’n’roll. Ele não só falava para uma geração, mas para várias, e suas músicas ressoam até os dias de hoje. O impacto de Kurt Cobain vai muito além de suas músicas. Ele personificou uma geração inteira. Sua atitude antissistema e sua sinceridade brutal inspiraram milhões de jovens a encontrar suas próprias vozes e expressar suas próprias verdades, não importando o quão sombrias ou controversas pudessem ser.
Mas, infelizmente, Kurt também nos deixou cedo demais. Sua morte trágica aos 27 anos deixou um vazio no mundo da música que nunca será preenchido. No entanto, seu legado continua mais forte do que nunca. Suas músicas continuam a tocar nas rádios, suas camisetas continuam a ser usadas por fãs de todas as idades e sua influência continua a ser sentida em bandas que surgem a cada dia. Uma das coisas mais marcantes sobre Kurt Cobain foi sua autenticidade. Ele nunca tentou ser algo que não era. Ele não tinha medo de mostrar suas fraquezas, suas lutas e suas imperfeições. E é isso que o torna tão amado e admirado até hoje. Ele era um dos nossos, alguém com quem podíamos nos identificar, alguém que entendia nossas dores e nossos anseios. Além disso, Kurt foi um verdadeiro artista. Suas letras eram poesias brutais que tocavam a alma. Ele conseguia expressar emoções complexas de uma forma que poucos conseguem. Sua música era como uma terapia para muitos de nós, um lembrete de que não estamos sozinhos em nossas lutas.
Mas não podemos falar sobre Kurt Cobain sem mencionar o impacto do Nirvana como um todo. A banda não só ajudou a definir uma era, mas também abriu as portas para uma nova onda de música alternativa. Eles mostraram ao mundo que o rock ainda tinha muito a oferecer e que não precisava se conformar com as normas estabelecidas pela indústria. É difícil dizer o que Kurt estaria fazendo hoje se ainda estivesse entre nós. Talvez estivesse liderando uma nova revolução musical, talvez estivesse aproveitando sua aposentadoria em algum lugar tranquilo, longe dos holofotes. Mas uma coisa é certa: ele nunca será esquecido.
Então, enquanto falamos sobre os 30 anos da morte de Kurt Cobain, vamos lembrar não apenas da sua música, mas também do homem por trás dela. Vamos lembrar do seu sorriso tímido, do seu cabelo bagunçado e do seu espírito indomável. Vamos lembrar do legado que ele deixou para trás e do impacto que ele teve em nossas vidas. Kurt Cobain pode ter partido, mas sua música viverá para sempre. E isso, meus amigos, é algo verdadeiramente especial.

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