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Campeonato Paranaense

Campeonato paranaense se avizinha, já temos data marcada para seu início, final do mês de abril. Estou me referindo ao campeonato da Segunda divisão de futebol, o qual o nosso Iguaçu participa, mais uma vez, e, busca seu sonhado acesso a elite do futebol do Estado . Aliás, essa elite que se acostumou com nossa presença, em passado distante.
Hoje a realidade é outra. Dos tradicionais clubes de outrora, me arrisco dizer que a A.A. Iguaçu e outros poucos ainda resistem a nova realidade do futebol. União Bandeirantes, Matsubara, Agroceres, Toledo, Irati, Apucarana, Pato Branco e tantos outros rivais históricos, deram lugar para novidades como Laranja Mecânica, Aruko, Azuris, São Joseense. Times sem tradição, sem torcida, mas com dinheiro de investidores, que buscam no futebol de gestão, uma alternativa de sucesso econômico, o velho e bom futebol virou “business”.
De acordo com o presidente atual do União de Francisco Beltrão, que (se arrumar dinheiro) também disputará o campeonato da segundona este ano, o planejamento de montagem de elenco fica na casa de R$750.000,00 (setecentos e cinquenta mil reais). A pretensão do clube do sudoeste com esse valor orçamentário é de fazer campanha modesta e de não cair pra terceira divisão, ou seja, se manter onde está.
Segundo fontes, o planejamento da Associação Atlética Iguaçu para este ano é algo parecido, ou quem sabe um pouco acima.
O icônico Odenir Borges, ex-presidente do time, muitas vezes, de forma folclórica, formava um time em uma semana. Sabe-se lá como, o então presidente apresentava o esquadrão na semana de início do campeonato, e fazia das rendas e bilheterias em dias de jogos, a principal fonte de arrecadação. A torcida iguaçuana sempre foi Fiel.
Atualmente a renda nem pode ser levada muito em conta. O planejamento exige patrocinadores sólidos e formalizados com antecedência. Só se pode gastar o que está disponível nos cofres.
Os clubes do interior, caso do Iguaçu, sofre com a falta de apoio da Federação Paranaense, que ao contrário de incentivar e fomentar o futebol no interior, busca de todas as formas sugar os mesmos .
Esta semana pesquisei junto ao borderô da Federação Paranaense de Futebol, disponível ao público no site oficial da entidade, as rendas de alguns jogos.
Azuris 0 x 3 Cianorte, jogo em Pato Branco, público pagante de 841, renda R$19.500,00, destaco algumas despesas: arbitragem R$4.950,00, Federação Paranaense R$5.900,00, despesas operacionais do clube R$ 20.000,00. Resumindo, o jogo deu um prejuízo de, aproximadamente, R$11.000,00.
Rio Branco 2 x 1 Foz do Iguaçu, em Paranaguá, público 1.254 pagantes, renda R$25.000,00. Contabilizando as despesas gerais, o prejuízo foi de R$5.100,00.
A pergunta que ninguém sabe, ou pode responder é: de onde sai o dinheiro pra pagar esses prejuízos e todas as despesas de manutenção do time? São necessários pelo menos 25 atletas profissionais (todos com devido registro em Carteira), mais comissão técnica, equipe de apoio, médicos, fisioterapeutas etc.
O futebol virou negócio, mas um negócio caro demais pra ser suportado apenas pelo bilhete de ingresso que o torcedor, fanático, paga.
Por esses aspectos que temos que tirar o chapéu para o presidente José Luis Ruski e seus abnegados diretores, e ao presidente Alemão, que de forma corajosa conduzem Iguaçu e Porto nessas aventuras que ultrapassam a linha do futebol, pois como estamos falando de business, que envolve muito dinheiro, a aposta pode ser um sucesso, ou pode dar errada com prejuízos financeiros incalculáveis.
A grande maioria dos ditos clubes tradicionais faliram devido a dívidas, especialmente, com a justiça do Trabalho. Jogadores e demais profissionais não pensam duas vezes em acionar a Vara do Trabalho pra buscar seus direitos. Aí é que vem o grande risco desse negócio chamado futebol. Se der certo, com boas rendas, vitórias e, principalmente, exposição de jogadores que poderão ser vendidos, os cofres e investidores agradecem. Mas na grande maioria dos casos, os times do interior não são formadores de atletas. Eles apenas servem de vitrine para empresários mostrar seus “produtos”. Jogador sem vínculo não agrega, não acrescenta no orçamento do clube, pelo contrário, apenas enche os bolsos dos empresários.
De qualquer forma, já fiz a minha encomenda da nova camisa do Iguaçuzão, e vamos ao estádio manter a tradição.

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Atenção tutores de animais

Atenção tutores de animais, em especial de cachorros. A coluna de hoje interessa diretamente a vocês, mas também aos motociclistas, notadamente os profissionais conhecidos como moto boys. Quem ainda não se sentiu ameaçado com a presença de cães, sejam eles de rua ou mesmo de algum amigo ou conhecido. Acredito que alguém que está lendo esta coluna agora tenha uma experiência pra contar com cachorro agressivo. O ordenamento jurídico nacional, começa a formar entendimentos bem fundamentados com algumas situações corriqueiras e que acabam causando algum dano. Exemplo de hoje trata especificamente de um acidente, envolvendo um motociclista e um cão.
A 29ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve, em parte, decisão da Vara Única de Colina que condenou empresa e tutores de um cachorro a indenizar motociclista que se envolveu em acidente causado pelo animal. A reparação por danos morais foi reduzida para R$ 30 mil, sendo afastado ressarcimento por danos estéticos. Também foi fixada indenização por danos morais, na modalidade lucros cessantes, consistente na diferença entre o valor pago ao autor pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e sua média salarial. Segundo os autos, o cão escapou do local onde residia – uma fábrica de propriedade dos réus – e foi na direção do motociclista, provocando acidente.
O relator do recurso, desembargador Carlos Henrique Miguel Trevisan, salientou que o conjunto probatório revelou, de maneira induvidosa, que o cão envolvido era de propriedade dos réus, informação ratificada pelas testemunhas dos próprios requeridos, seus funcionários. “A responsabilização do dono por dano causado por animal é objetiva e puramente formal, não importando se o dono teve ou não culpa, se mantinha ou não o bicho sob vigilância e guarda. Basta, para sua responsabilização, que o animal tenha causado dano a outrem”, escreveu.
Na decisão, o magistrado destacou que a prova pericial apontou que o autor não é portador de dano estético e que sua incapacidade, inclusive laboral, é total, mas não permanente. A respeito da quantia devida a título de lucros cessantes, Carlos Henrique Miguel Trevisan apontou que deve corresponder à diferença entre o salário mensal que o autor recebia na data do fato e o valor do auxílio-doença, evitando-se, assim, o enriquecimento sem causa.
Completaram a turma julgadora os desembargadores Neto Barbosa Ferreira e Silvia Rocha. A decisão foi unânime.

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A.A. Iguaçu, o que deuerrado esse ano?

A temporada de 2024, foi decepcionante. De forma antecipada, estamos fora das semifinais e ainda corremos risco de rebaixamento para série C, a terceira divisão do futebol paranaense.
Esse ano foi bem planejado. A diretoria anunciou ainda em 2023, o técnico Rafael Andrade, professor de educação física, experiente e com alguns acessos na sua carreira. Jovem e estudioso, Rafael começou a trabalhar já em janeiro deste ano, junto com dois auxiliares. A tarefa básica? Montar o elenco de atletas. Para isso contaram até com recursos tecnológicos, aplicativos e outras plataformas digitais.
O time começou a ser montado, dentro das pretensões técnicas e das possibilidades financeiras do clube. Acompanhei de perto esse processo. O Campeonato começou no primeiro final de semana do mês de maio, mas já com antecedência nosso elenco de atletas estava definido e treinando. Jogos treinos foram feitos com times de qualidade, fortes, como Operário de Ponta Grossa e Concórdia. Os resultados pouco importaram naquele momento, mas sim o rendimento do nosso time. Esse sim empolgou. A expectativa era grande. As vésperas da estreia, a mobilização de torcida, imprensa e sociedade de modo geral era grande. Houve pompa no anúncio dos jogadores, apresentação de patrocinadores e uniformes novos. O dia e a hora estavam marcados: 05 de maio, 16 horas, o adversário não poderia ser melhor, o Apucarana, time que não estava cotado como favorito, torcida empolgada com a possibilidade de começar bem o campeonato, quem sabe com uma boa e motivadora goleada. Já próximo das 18 horas, daquele domingo, 05, a penumbra do nosso outono, se misturava com a perplexidade de um desastroso 2×1, vitória do adversário. A torcida incrédula, sem saber se apoiava ou protestava, foi pra casa infeliz. Depois dessa inesperada e desastrosa partida, a campanha foi irregular, com poucos lampejos de bom futebol. A torcida fez a sua parte, mantendo excelente média de público nas arquibancadas do Antiocho Pereira.
Mas não deu certo, alguma coisa não deu certo dentro do campo, ou quem sabe nos vestiários do time. A derrota vexatória, 4×1 para o Nacional de Campo Mourão extrapolou o limite da paciência da torcida, que viu em sua própria casa o time ser eliminado das pretensões de ir a semifinal e ainda por cima ser empurrado para as últimas posições do certame.
Um diretor chegou a afirmar: “ano passado a diretoria ajudou a montar o elenco, esse ano demos total autonomia para o técnico, e agora o que vocês querem? ”
Tá aí uma boa pergunta. O que será que deve ser feito com o Iguaçu?
Este ano tivemos uma concorrência, podemos dizer desleal pelo aspecto financeiro. Paraná Clube, mesmo falido, conseguiu colocar mais de 50 mil pessoas em seus dois primeiros jogos. Rio Branco com alto investimento de empresário da bola. Paranavaí virou SAF, tendo o cantor Gustavo Lima seu maior investidor, da mesma forma Foz do Iguaçu, adquirido pelo ex-zagueiro Edmilson. Outro ex-zagueiro, igualmente da seleção brasileira, Henrique, comprou o Nacional, Patriotas, que também é um time gerido de forma empresarial, tem um patrocinador máster (aquele que banca tudo). Laranja Mecânica é time formador, bem organizado.
Restou o Iguaçu, tido como o primo pobre dessa turma. Mas como nossa camisa é tradicional e a torcida fanática, alimentamos a esperança e a expectativa de uma campanha que pudesse surpreender os favoritos. No final deu a lógica financeira.
A diretoria fez a sua parte. Trabalhou na organização, planejamento, deu condições ao técnico de montar seu elenco, pagou em dia suas contas e, principalmente, salários dos jogadores e funcionários.
Quando aquele diretor pergunta: “querem que faça o que? ”, talvez ano que vem ou esse ano mesmo, o Iguaçu deva se voltar para a organização das categorias de base. Enquanto estávamos levando de 4×1 do Nacional, nossos pequenos iguaçuanos eram goleados de forma igualmente vexatória, por 10, 11 e até 12 a zero, no campeonato varzeano, talvez porque ainda não temos categorias de base formadas na AAI e sim as ultrapassadas “escolinhas”.
Agora temos que convocar a torcida, concentrar esforços e buscar resultados positivos pra permanecer na segunda divisão, foi o que restou.
“Futebol não é alienação nem nada: é lazer, que faz parte da vida. O homem precisa – para viver – de casa, comida, roupa que são indispensáveis ao ser humano. Para manter essas coisas, precisa de trabalho. Para viver, precisa de lazer. Precisa caminhar, passear, namorar, se divertir e tudo o mais. O futebol é um lazer que tem uma expressão de arte, como o tênis” (João Saldanha)
Será que esse tema será abordado de forma clara e transparente nos debates eleitorais desse ano? Vamos acompanhar. .

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OMS divulga relatório

Quem acompanha a coluna sabe que tenho abordado, com certa constância, alguns assuntos ligados a legislação esportiva, notadamente, quanto a administração dos municípios. Não se pode admitir que, atualmente, não tenhamos projetos para efetiva legislação e políticas públicas para o desenvolvimento do esporte, com prioridade para o amador e escolar, em atendimento ao disposto no artigo 217 da Constituição Federal.

Não é nenhuma novidade, que também as secretarias de esportes dos municípios devem atuar como pilar fundamental na melhoria de qualidade de vida da população, com atividades voltadas para este fim.
Tudo isso depende de planejamento e atuação em estudos científicos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um novo relatório com informações sobre a relação do sedentarismo com algumas doenças, e como os governos estão implementando recomendações para aumentar a atividade física em todas as faixas etárias.
O documento “Status Global sobre Atividade Física 2022” apresenta dados de 194 países e alerta que, entre 2020 e 2030, cerca de 500 milhões de pessoas desenvolverão doenças cardíacas, obesidade, diabetes ou outras doenças não transmissíveis devido à inatividade física. Se os governos não tomarem medidas urgentes para incentivar a população a fazer mais exercícios, esse custo será de US$ 27 bilhões.
Segundo o relatório, o progresso tem sido lento. Os governos precisam acelerar o desenvolvimento e a implementação de políticas para aumentar os níveis de atividade física a fim de prevenir doenças e reduzir a carga sobre os sistemas de saúde já sobrecarregados.
Menos de 50% dos países têm uma política nacional de atividade física, e menos de 40% estão operacionais. Apenas 30% das nações têm diretrizes nacionais de atividade física para todas as faixas etárias.
Embora muitos países tenham relatado um sistema para monitorar a atividade física em adultos, 75% dos países fazem o mesmo em adolescentes e menos de 30% em crianças menores de cinco anos.
Nas áreas de políticas para incentivar o transporte ativo e sustentável, apenas pouco mais de 40% das nações têm padrões de projeto de estradas que tornam a caminhada e o ciclismo mais seguros.
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, espera que os países e parceiros usem o relatório “para construir sociedades mais ativas, saudáveis e justas para todos”. Para ele, é preciso ampliar a implementação de políticas para apoiar as pessoas a serem mais ativas por meio de caminhadas, ciclismo, esportes e outras atividades físicas.
A tendência é que a população busque por meios de conservar suas habilidades físico-motoras, demandando a atenção de profissionais qualificados.
Com isso, o mercado de trabalho para profissionais da área de Educação Física e Fisioterapia estará aquecido com muitas possibilidades de atuação.
Será que esse tema será abordado de forma clara e transparente nos debates eleitorais desse ano? Vamos acompanhar. .

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