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NA ALTURA DOS OLHOS

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A depressão é uma relva fofa e violenta

A depressão é uma relva fofa e violenta
Uma cama que vira um corpo. Um corpo-cama tentando se mover pelo dia. A boca acrescida em heras milenares, que de vez em quando, impossibilitam palavras em voz alta. Por isso é tão difícil juntar letras, palavras e frases que peçam ajuda. As pernas com o peso de colunas de mármores majestosos, duros e frios, bonitos, carregados de veios e cicatrizes jurássicas. Não me parece mais o diâmetro de um buraco, mas sim uma clareira repleta de relva. Relvas macias que recebem um corpo para acomodá-lo em uma eternidade de paralisia. Andar para algum lugar significa muito, deitar e aguardar um pouco: a vida acontecer, também. A questão é quando um corpo que se perde-esvai um pouco demais entre um movimento e outro. Isso é movimento de corpo? Isso é um problema de corpo? A relva se transforma em areia movediça, entre um passo e outro, o corpo agora verticalizado sente todo o empuxo de um naufrágio. Eu já parei e me deixei engolir, há um mar de esculturas congelando cenas vividas, pálpebras abrindo e fechando em um choro quieto-túmulo. Esse texto não tem um final feliz, esse texto não tem um final, acho que continuar abrindo os olhos, a boca e deixar os pés se moverem impede que eu termine aqui.
Martina
06 de setembro de 2024.

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