NACO DE PROSA
Naqueles trilhos faltava ela
Ouço ao longe o apito do trem. Na minha adolescência o apito significava muitas coisas, a alegria da chegada de cargas, pessoas, correspondências, novidades de outros lugares.
Eu resido próximo à linha do trem, por isso, posso afirmar, que só quem ouviu vai entender esta onomatopeia: piui! piui!
O apito servia como um marcador de tempo ou até instrumento de aviso à população sobre alguma calamidade; como relógio, as pessoas sabiam de onde vinha o apito, e calculavam a hora do dia, e quando o último sibilar acontecia, todos sabiam que era tempo de silenciar e repousar. Interessante lembrar o poema de Manuel Bandeira, “ Trem de ferro”, o qual usei com um grupo de crianças para fazermos o barulho das rodas nos trilhos de ferro. A escolha das palavras e repetição do verso “café com pão”, “café com pão”, a sonoridade das palavras do verso, produziam uma sequência de sons que nos reportam ao barulho proveniente do deslocamento de uma locomotiva sobre os trilhos. O guarda-chaves manobrava os desvios, entroncamentos dos trilhos, trabalho importante de grande responsabilidade, e quando o trem se aproximava de um trilho com outro destino, a máquina de ferro simplesmente deslizava feito serpente, à outra linha. Um passado que voltou.
É ela voltou aos trilhos, ela que veio trazer alegria às famílias, principalmente às crianças. Pude observar o embarque, na estação, observei de perto cada rostinho, cada gesto, cada sorriso, todos mostravam sua felicidade de um momento de glória, viajar de trem.
Eu costumo dizer por aí, que tenho uma das vistas mais privilegiadas do mundo.
Não moro em um palácio nem no alto de uma colina, mas porque, daqui, exatamente onde estou, posso ver a fumaça da “Máquina 310” passando, e com ela, meus pensamentos seguem e volto a um tempo do qual, eu não queria ter saído.
Mas como não somos os donos do tempo, apenas aceitamos e seguimos, entre suspiros e algumas lágrimas que cismam em molhar nosso rosto.
Lembro do tempo em que meu pai se despedia, ainda na cozinha em que minha mãe preparava o café, para ir à estação e pegar o trem para o trabalho.
Eu o veria novamente, com muita sorte, daqui a uns dois ou três dias.
Quando eu tinha uns cinco anos, meus olhos mal conseguiam ultrapassar a altura da janela, eu ouvia de longe seu apito, e corria para ver se, de repente, meu pai não estaria do lado de fora, acenando para mim.
E os anos se passaram, meus pais hoje não estão mais aqui, o café já está frio sobre a mesa. A janela fechada. Cortinas cerradas.
Foi quando num salto achei que, enganada pelos meus cansados ouvidos, ele havia voltado. A cozinha foi invadida pelo cheiro do café forte, sempre três colheres bem cheias, minha mãe repetia em voz alta. Meu pai saia do quarto, afivelando o cinto, cabelos alinhados e o abraço mais terno e quente que havia.
Mas o tempo não havia voltado, não da forma que eu imaginei. Mas, sim, o tempo atual, que trouxe de volta uma parte da minha infância, a Locomotiva 310, nossa querida Maria Fumaça. Que fazia tremer os trilhos e nos afastava para longe devido ao perigo que havia quando ela passava apitando.
E quantas lembranças boas! Hoje, de volta aos trilhos, ela traz consigo um passado bom, um passado perdido no tempo, há muito tempo. E quando, após anos, volto a entrar em um dos seus vagões, segurando na barra da entrada para conseguir impulso, vejo aquela pequena menina, que aos pulinhos ia encontrar seu papai na estação. O pai abaixava, deixando a cesta de alimentos para me dar o abraço que eu esperava.
Seu apito entra direto em minha alma, e junto ao compasso do meu coração, traz novamente à minha rotina, a sinfonia de um lindo e distante passado, aquele que carrego em meus sonhos de menina.
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NACO DE PROSA
A crônica da despedida
Sempre que escrevo a crônica para o jornal Caiçara, aguardo um pouco para analisar o assunto, e a inspiração vem, as palavras escorregam e logo surge um belo texto. Porém, hoje, meus queridos leitores, tenho uma novidade! Hoje é dia de despedida para o jornal “Caiçara”, então a tristeza veio antes que a inspiração. É que esta é minha última crônica para a minha coluna, “Naco de Prosa”, então será a minha despedida deste jornal, que acolheu minha escrita por muitos anos. “Naco de Prosa” me proporcionou a oportunidade de dialogar com diferentes perspectivas, de aprofundar meus conhecimentos e de me conectar com pessoas que compartilham minhas paixões.
Caiçara há 72 anos, visitando seus leitores, hoje se despede, pois, o jornal impresso ficou impossível de seguir em frente, aquele que dava alegria aos que ainda gostam de ler folheando as folhas impressas. Vieram-me à mente as lembranças de muitas conversas com a grande amiga, Lulu, e o adeus se prolonga.
É muito difícil dizer adeus, mesmo sendo necessário, como é agora, mas é a derradeira crônica, porém, guardo os momentos e as histórias que aqui se entranharam em meu espírito, pois invadi muitos lares, muitas histórias familiares, as quais fizeram parte da minha vida, ao registrar na minha coluna.
A saudade vai apertar aos sábados, por não ter mais o jornal “Caiçara”, saudade de abrir e procurar pelo meu texto. Há um mundo de sentimentos, e não existem palavras para expressar tudo, e ainda fazem minha alma chorar. A vida é feita de ciclos e, com certeza, todos me ensinaram algo. Foi uma experiência incrível, que me fez refletir várias vezes sobre a importância da escrita, e uma emoção não tão tranquila ao sentir, que não mais vou escrever as minhas queridas crônicas para tantos amigos e leitores, será um tempo difícil, porque estive conversando com vocês durante quase todas as semanas, sobre diversos assuntos, e como aprendi nesses bons tempos, assim como toquei o coração de muitos leitores.
Infelizmente é um tempo que se encerra. Talvez você esteja se perguntando: “Mas por quê? O que houve? Pois é, queridos amigos, são tempos difíceis, falo isso para que você consiga entender um pouco da situação e porque você é a razão de eu estar aqui me despedindo e me explicando. Vocês merecem todo o meu carinho e apreço.
Agradeço por me acompanhar até aqui, foi extremamente importante poder escrever para vocês.
Agradeço pelo respeito ao meu espaço, pelas histórias lidas e comentadas, pela procura de mais crônicas semelhantes a que liam todas as semanas.
Agradeço em especial aos diretores do jornal pela oportunidade, aos colegas colunistas, que dividiram o dia a dia, o trabalho e a vida para também escreverem seus artigos neste jornal.
É com um misto de emoções que me despeço desta coluna.
Gratidão a todos, por tudo!
Com muita fé, gratidão e alegria, que encerro esse momento.
NACO DE PROSA
Fatos que nos surpreendem
Às vezes acontecem episódios, que achamos só coincidência, pura obra do acaso, porém, não é bem assim.
Sempre gostei de estar entre livros, poemas, bibliotecas, museus e sebos. Há um bom tempo pediram para eu escrever um poema para homenagear minha cidade, União da Vitória. Este poema foi apresentado em alguns eventos, quando eu o declamei. Meses depois soube que a presidente da Avipaf, em Curitiba o colocou em exposição junto a outros poemas, na biblioteca do Paraná, Curitiba. Eu estava na cidade e aproveitei para visitar a exposição, fui com minha filha.
Fiquei deslumbrada com tantos poemas maravilhosos. Fixei no meu. De repente, se aproximou um senhor, foi lendo vagarosamente cada um. De repente, ele falou ao celular com um amigo e disse: – Fulano, você não vai acreditar, estou na frente de uma exposição de poemas e, um é sobre União da Vitória. Ele estava empolgado. Olhei para minha filha com espanto, eu parecia uma poeta famosa.
Logo que ele desligou o celular, olhou para nós e falou:
Estou muito feliz, pois nasci em União da Vitória, morei por muitos anos lá, sinto muitas saudades, e agora venho aqui e encontro esta pérola.
Minha filha não conseguiu ficar calada e disse: -Foi minha mãe que escreveu este poema.
Ele arregalou os olhos, percebi que estava muito emocionado.
Quis conversar um pouco mais, acabamos trocando número de telefone, até hoje mantemos contato.
No entanto, não era a história que eu planejava escrever.
Curioso é que os fatos são similares.
Na semana que passou viajei a Curitiba, como gosto muito de livros procurei um lugar para quem sabe comprar algum título. Passei em frente a uma vitrine com muitos livros expostos, li na placa que era um Sebo de livros. Observei com calma os títulos que se mostravam para mim. Confesso que um era melhor que o outro. Quando resolvi entrar na loja, percebi pelo reflexo que atrás de mim, havia um senhor, que estava com o olhar fixo em um determinado livro.
Minha curiosidade aumentou, pois, o livro me chamara a atenção também, porém devido ao reflexo eu não conseguia ler o título. Olhei o senhor, que agora havia se aproximado da vitrine, quis perguntar a ele, mas desisti, deixei-o quieto, pois estava extasiado com o que via.
Era com certeza, um morador de rua, estava com roupas surradas e uma sacola, e não desviava o olhar daquele livro.
Resolvi indagá-lo.
- O senhor é daqui?
-Percebi que gosta de ler, pelo seu interesse. O livro, que o senhor gostou, eu também achei muito interessante a julgar pela capa.
Eu me apresentei, falei de onde eu era, o que fazia ali, falei também o meu gosto pela literatura. Ele estendeu a mão, em um aperto firme, e também se apresentou.
Disse que há muito tempo morava nas ruas e, que quando pode consegue com alguém um livro para ler, falava muito bem, possuía um excelente vocabulário.
Perguntei-lhe de onde vinha o gosto pela leitura. Ele baixou os olhos e percebi que chorava, eu fiquei sem saber como agir, fiquei muito assustada.
Ele se recuperou rápido e pediu desculpas pelo acontecido. E sem demora me contou que em um passado recente fora um escritor, e conseguia viver da venda dos livros, mas sua vida sofrera uma mudança muito grande, ele havia conquistado um nome respeitável, conseguiu abrir uma editora, onde ajudava os iniciantes a publicar seu livro. Porém, devido a uma injustiça, a qual tentou por muito tempo provar a verdade à sociedade, não houve tempo, ficou na miséria, sua casa, carros, enfim perdeu tudo, e ficou com muitas dívidas. Sua família envergonhada o deixou sozinho, foi embora do Brasil. Disse-me que ainda tenta reaver alguma coisa, mas sem condições. Os amigos se foram.
Contou-me que já havia morado em vários lugares, mas sempre por pouco tempo. Hoje ele sente que está conformado com o que lhe aconteceu, e cansado de lutar sem esperança. Olhou seu livro de longe e chorou copiosamente.
Eu não sabia como ajudar.
Perguntei-lhe se estava com fome ou se precisava de algum dinheiro, me respondeu que não precisava de nada.
Meu coração estava triste, pensei em uma solução.
Entrei na loja e comprei o livro, senti o peso daquela obra.
Voltei com uma caneta nas mãos e pedi seu autógrafo, ele muito surpreso falou:
-Qual é o seu nome, querida?
Eu respondi com engasgo na garganta:
-Marli.
NACO DE PROSA
A família que nunca fomos
O dia estava cinza, algumas gotas começaram a respingar na janela da sala. Não havia muito o que fazer em casa naquele momento, decidi sair antes que a chuva chegasse de vez.
A loja de venda de novos e usados ficava próxima da minha casa, resolvi ir até lá, sempre era possível encontrar algo que me agradasse por lá.
Abri a porta, a pequena sineta denunciou a minha entrada. Margot, uma senhora com seus 70 anos, cabelos grisalhos levantou seu rosto, ajeitou seus óculos para ver quem entrava. No instante em que me reconheceu abriu seu sorriso convidativo me oferecendo uma xícara de chá.
- Tome, menina, logo vai esfriar e não queremos ninguém gripado, certo?
Concordei tomando um bom gole, estava doce e morno, perfeito para uma tarde chuvosa. - O que traz você aqui hoje, além dessa tarde propícia para olhar antiguidades?
- Dona Margot, é isso mesmo, em casa a monotonia gritante me fez reagir, e cá estou.
- Fique à vontade, você sabe onde me encontrar se precisar de algo.
Entre prateleiras, cadeiras e mesas muitos livros, brinquedos, roupas, quadros, vinis, fitas em vhs, aparelhos que os jovens hoje não saberiam nem por onde começar a ligar.
Era um vislumbre para meus olhos que sempre buscavam em objetos do passado um alento para a saudade.
Entre um livro e um vinil, um par de olhos me olhava fixamente, afastei ambos objetos e me deparei com uma pequena foto, um pouco marrom, ou seria um tom sépia, talvez. Passei os dedos sobre aquela imagem, uma mulher com seus vinte e poucos anos, com um vestido e chapéu e um homem, um pouco mais velho, com barba, smoking e cartola. Um casal elegante, atrás deles uma casa de dois andares, e muitos hectares de terra. Uma aconchegante varanda, e nada mais.
Peguei a foto com delicadeza, não queria que ela se desfizesse entre meus dedos.
Virei com cuidado, minha avó dizia: sempre há mais informações no verso.
E ela tinha razão, mais uma vez. No verso daquela foto, um rabisco: “O primeiro passo para os nossos sonhos, com amor, Michael. Dezembro, 1940. ”
Dedução mais assertiva, Philip era o elegante senhor, que mandou a foto para a sua amada, talvez a compra recente da casa? - Senhora Margot! Por favor, a senhora sabe algo sobre esta foto, encontrei apenas ela, embaixo de alguns objetos.
No momento em que ela viu o que eu tinha em minhas mãos emudeceu, seu sorriso sempre tão presente, sumiu. - Onde estava essa foto? Indagou tirando ela das minhas mãos.
- Naquela mesa.
- Não, não. Que erro cometi. Esta foto não pertence a essa loja, nem pode estar aqui.
Amassou a foto e descartou na lixeira. Naquele momento não insisti, percebi que ela havia ficado um pouco aflita. Antes de ir, dei mais umas olhadas em volta, e saí da loja.
Eram quase sete horas da noite, a chuva continuava. Na tela em branco do computador, apenas o ponto de inserção de texto piscava me convidando para a escrita, mas naquele momento, minha cabeça estava naquela foto tão simples e tão enigmática ao mesmo tempo. Que segredo havia ali, e por que ela estava no “lugar errado”?
Na manhã seguinte, sai para comprar alimentos.
Quando ela me viu, acenou. Atravessei a rua. - Bom dia, dona Margot!
- Bom dia, minha filha. Hoje teremos sol, é sempre assim, um dia nublado, outro de brilho e cores.
- É verdade.
Fiquei alguns segundos olhando para dentro da loja, como se eu fosse capaz com a minha visão de localizar a foto amassada. - O que você procura não está mais aqui.
- Eu só não entendi a sua reação, era uma simples foto.
Dona Margot tomou um bom gole de chá, suspirou e disse: - Nem sempre as coisas são apenas aquilo que estão mostrando ser. Principalmente uma foto, sempre há uma história, e não estou falando do rabisco do verso.
- Eu entendo se a senhora não quiser falar, mas aquele casal, tão elegante, aquela casa, a data, não tem como passar despercebido.
- Entendo, a sua curiosidade é válida. Mas acredite, há coisas que devemos deixar no passado, e nunca registrar.
Com certeza a minha expressão me entregou, pois, dona Margot entrou na loja, me convidando para ir com ela.
Passamos pelo balcão, ela repousou sua xícara ao lado de um livro de registros, ela apontou e disse: – veja o nome que aqui está registrado. - Michael Schmidt.
- Isso, o senhor da foto. E ela, Amanda Baum. Eles estavam noivos quando esta foto foi tirada. A casa, grande, dois andares, com sua linda varanda, não passam de ruínas hoje.
- Não estou entendendo.
- A guerra chegou. Amanda era judia. Michael era coronel do exército alemão. Aquela guerra destruiu não apenas cidades, estados, dizimando muitas vidas, mas interrompeu também os sonhos de Michael e Amanda. Ele tentou. Fez o possível para evitar o inevitável. Mas quando ele percebeu que o nome de Amanda estava na lista, ele se desesperou, como ajudar o amor da sua vida sem trair seu país?
Ele pegou o caderno com os nomes listados, fez o possível, o impossível, mas os soldados estavam sempre atentos. Nada passava por eles, e a última imagem de Michael, foi de sua Amanda sendo empurrada dentro de um vagão em um trem que sumiu na primeira curva. Após anos, ele teve informações de onde ela estava, na certeza de que ela estaria viva e bem, foi até lá. Vasculhou em cada canto, conversou com outras mulheres que lá estavam confinadas, e a última informação que ele teve, é que ela havia sumido, junto com seu bebê assim que ele nasceu. Ele não sabia que ela estava grávida, e naquele momento soube que nunca mais os encontraria. O desespero foi imenso, dizem por aí, que na época ele havia ficado louco, e andava dia e noite nas vielas chamando pela sua Amanda. Faleceu alguns anos depois, e esta foto estava dentro do seu bolso, antes de ser enterrado, uma alma caridosa, acredito, retirou-a do seu terno e ela veio, misteriosamente parar aqui.
Eu não sabia o que falar de tudo aquilo, que história! Tão real, tão pungente, tão dolorosa. Mas o que ainda não dava para entender da senhora diante da foto. - Meus avós esconderam Amanda por um bom tempo. Quando ela deu à luz, eles permitiram que ela fosse para a enfermaria. Uma complicação, algo assim, e por uma ação divina, conseguiram tirar Amanda de lá, com seu bebê, cuidaram deles, até o menino completar dez anos. Essa casa que você viu, se transformou em ruínas após ser usada como hospital improvisado pelo exército alemão. Amanda infelizmente, não resistiu a uma tuberculose, enfraquecia dia após dia, e não havia recursos. Meus avós registraram o filho de Amanda, como deles, que se tornaria meu pai futuramente. E é essa a história. E essa pequena foto, que não deveria mais existir, me traz muitas lembranças ruins. Não era para ter sido assim, não era para ter esse ódio todo, sabe? Eles estavam felizes, com planos e da noite para o dia, tudo acabou, tudo.
Ela olhou para frente, olhos marejados, ela sentia a dor que eles sentiram. A dor da separação, uma família que não pode existir.
Ela se abaixou, pegou a foto do lixo, desamassou. - Tome, você é escritora, talvez a motive em alguma ideia, algumas linhas.
Devolvi a foto para ela, agradecendo. - Algumas coisas, devem permanecer no passado, e nem mesmo serem registradas. São suas lembranças, não devem ser exploradas dessa forma. A foto deve ficar onde deve ficar.
Ela consentiu com a cabeça, abri a porta, a sineta tocou, lá fora, o céu brilhava, eu ainda ia passar na padaria para o meu desjejum.
