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CULTURA LATINA

EL GRANDE CHE

Se ainda estivesse vivo o médico e guerrilheiro revolucionário Ernesto Rafael Guevara de la Serna, estaria com 84 anos, seu nascimento é no dia 14 de junho, apesar de que muitas fontes afirmam que Guevara nascera em 14 de maio, exatamente um mês antes. Filho mais velho dos cinco filhos de Célia de la Serna y Llosa (1906-1965) e Ernesto Guevara y Lynch (1906-1997), pertenceu a uma família de classe alta na Argentina, seu bisavô paterno Patrício Julián Lynch y Roco era um dos homens mais ricos da América do sul, em sua época.
Guevara nasceu em Rosário, província de Santa Fé, Argentina em seus primeiros anos de vida alternava residência entre Buenos Aires e Caraguatay, indo e vindo em barcos a vapor pelo rio Paraná, seus pais, grandes produtores de erva-mate, o apelidaram de “Ernestito”, para diferenciá-lo de seu pai. Em Buenos Aires sua família e ele habitaram primeiramente o bairro de Palermo e depois a cidade de San Isidro, onde teve seu primeiro ataque de asma aos dois anos de idade, doença que o faria sofrer por toda a vida. Em razão da gravidade da mesma a família de Ernesto mudou-se para a província de Córdoba, após algum tempo lá a família estabeleceu-se em Alta Gracia.
No ano de 1944 caem os negócios da família e Ernesto empregou-se como funcionário da câmara, de uma vila nas adjacências de Córdoba para auxiliar nas despesas de casa; mas mesmo assim não deixou de estudar.
Em 1946 a família Guevara mudou-se para Buenos Aires e Ernesto foi estudar medicina, com a situação financeira da família continuando a deteriorar-se se viram obrigados a vender com muito prejuízo sua plantação de erva-mate.
Na capital argentina, Ernesto foi trabalhar como funcionário municipal e posteriormente em uma tipografia, ainda neste ano, foi chamado para o serviço militar, que o rejeitou por inaptidão física.
Seis meses antes de se formar em medicina, decidiu interromper o curso, e iniciou uma viagem ao lado do melhor amigo, Alberto Granado (1922-2011), de Buenos Aires a Caracas, na velha motocicleta do companheiro, uma Norton 500 cc, fabricada no ano de 1939, a qual foi apelidada de “La Poderosa II”. Em oito meses de viagem Ernesto visitou povoações indígenas, minas de cobre e interagiu com a população, foi então que passou a ver a América latina com outro olhar, como uma única entidade cultural e econômica.
Novamente na Argentina em 1953, acabou os estudos de medicina e passou a dedicar-se a política. Nesse mesmo ano, Guevara atuou como repórter fotográfico, para uma agência argentina, e cobriu os jogos Pan – Americanos do México. Ainda no mês de julho deu início a sua segunda viagem pela América latina, e visitou a Bolívia, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, Peru, Panamá e Guatemala.
Simpatizante da União Soviética e trabalhando como médico para diversos sindicatos guatemaltecos, Guevara conhece sua primeira esposa uma militante peruana chamada, Hilda Gadea, com quem teve sua primeira filha, Hilda Beatriz, a “Hildita”, e com quem fugiu para o México, país onde ganhou o apelido de “Che”, pois usava essa gíria argentina com muita assiduidade.
A organização da revolução de Cuba inicia-se nessa passagem de Che pelo México, onde ele é apresentado a Raúl Castro, que logo o apresenta ao seu irmão Fidel Castro, o qual organiza e lidera o movimento guerrilheiro 26 de julho (M26), em referência ao assalto do quartel Moncada, no dia 26 de julho de 1953; nesse ensejo Fidel liderou uma ação militar, na qual visava libertar presos políticos de Santiago.
Em novembro de 1956, zarpou do porto mexicano de Tuxplan o iate Granma, em uma expedição para derrubar o regime de Fulgêncio Batista em Cuba. Guevara partiu como médico ao lado de aproximadamente 72 guerrilheiros, dos quais apenas 12 sobreviveram. Foi durante essa pugna que Che, após ser violentamente espancado pelos rebeldes, trocou a maleta médica pela munição de um companheiro abatido, um momento que tempos depois, ele definiria como um marco divisor, na sua transição de médico a revolucionário.
Após a deposição do governo de Batista, Fidel Castro assumiu o governo de Cuba e Che adotou a nacionalidade cubana. Na ilha, conheceu Aleida March de la Torre, sua segunda esposa com quem teve Aleidita, Celia, Camilo e Ernesto. Guevara, então braço direito de Fidel Castro, tornou-se um dos principais dirigentes do governo cubano: presidente do Banco Nacional, embaixador e ministro da indústria. Em agosto de 1961 Che esteve oficialmente no Brasil e foi condecorado pelo então presidente, Jânio Quadros, com a Grã Cruz da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul. Já no ano de 1965 entre os dias 22 e 27 de fevereiro em Alger, participou do Seminário Econômico de solidariedade Afro-asiática, quando criticou pela primeira vez publicamente , a política externa da União Soviética. Nesse mesmo ano, Che deixou Cuba para difundir seus ideais de revolução pelo mundo, com ajuda de voluntários de vários países, contra os conselhos soviéticos, mas com o apoio de Fidel Castro.
Partiu primeiramente para o Congo onde atuou com o codinome “Tatu”, entretanto no período de um ano em que permaneceu lá não conseguiu treinar os congoleses, e foi facilmente derrotado pelas forças inimigas. Em setembro de 1966, foi para a Bolívia na ânsia por outras revoluções. Isso fez com que o guerrilheiro argentino enfrentasse muitas dificuldades com o terreno desconhecido, pois ele não recebeu o apoio do partido comunista boliviano, Che e seus companheiros não falavam a língua indígena local e não conseguiram conquistar a confiança dos poucos camponeses que habitavam a região.
Che Guevara foi capturado no dia 8 de outubro de 1967, após um intenso tiroteio com os soldados. Foi levado para La Higuera, interrogado e apenas confessou sua derrota. No dia 9 de outubro, o guerrilheiro foi executado pelo soldado boliviano Mário Terán, a mando do coronel Zenteno Anaya e de René Barrientos, logo após sua morte, teve suas mãos amputadas para servir como troféu para seus inimigos. Apenas 30 anos depois, em 1997 seus restos mortais foram encontrados em uma vala comum, aproximadamente a 50 km do local onde foi executado. Seu corpo foi transladado para Cuba, onde em 17 de outubro do mesmo ano, foi sepultado com honras de estado, na presença de membros de sua família, seus amigos e do antigo companheiro de revolução Fidel Castro. Seu corpo encontra-se no Mausoléu Guevara, em Santa Clara, província de Villa Clara. Atualmente a imagem de Che é mítica, na localidade onde foi executado ergueu-se uma estátua em sua homenagem, Che passou a ser conhecido como “San Ernesto de la Higuera” e a ser cultuado como santo pela população local, a qual o ignorou em vida.
“Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros”.
Che Guevara

Gracias por todo mis compañeros, un fuerte abrazo y hasta…

27 de agosto de 2012 – ​Suelen Kukul Bracho

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CULTURA LATINA

CORTÁZAR

Julio Florencio Cortázar, foi um dos escritores argentinos mais importantes do século. Dono de um olhar verde e inocente, de olhos compridos, um rosto sardento animado por uma funda gargalhada, era amante de jazz, do boxe e dos livros de Julio Verne e Edgar Alan Poe.
Filho de argentinos,veio ao mundo em 26 de agosto de 1914 na embaixada da Argentina em Ixelles, distrito de Bruxelas na Bélgica tendo regressado a sua terra natal aos quatro anos de idade. Seus pais se divorciaram em seguida e ele passou a ser criado por sua mãe, sua tia e pela avó. A maior parte de sua infância foi em Banfield, na Argentina e ele não foi uma criança completamente feliz, expondo uma tristeza constante. Julio era um garoto bastante doente e passava muito tempo acamado, lendo livros que sua mãe escolhia. Muitos de seus contos são autobiográficos, como Bestiario, Final del juego, Los venenos, La señorita Cora, entre outros.

Anos depois já adulto, formou-se docente em Letras no ano de 1935, na “Escuela Normal de Profesores Mariano Acosta”.Em 1938 publicou o livro de poemas Presencia, com o alônimo de “Julio Denis”.

Durante cinco anos ele ensinou em escolas rurais. Em 1944 foi designado professor da Universidad de Cuyo, em Mendoza na Argentina época em que participou ativamente das manifestações contra o peronismo.

Na década de 50 aos 37 anos, por não aquiescer com a ditadura na Argentina, foi para Paris (França) pois também havia granjeado uma bolsa do governo francês para ali estudar pelo período de dez meses.Após esse tempo acabou se acolhendo no país definitivamente. Em 1953 Julio casou -se com Aurora Bernárdez, uma tradutora argentina. Viviam em Paris, onde na época surgiu a oportunidade de traduzir uma obra completa em prosa de Edgar Allan Poe,para a Universidad de Puerto Rico. Esta tarefa foi avaliada pelos críticos como a melhor tradução da obra do autor.

Após isso, em 1962 lança Historias de Cronopios y famas. No ano seguinte visitou Cuba pela primeira vez e foi a época de intensificação do seu fascínio pela política. Em novembro de 1970 viajou ao Chile, onde se solidarizou com o governo de Salvador Allende. Posteriormente,em meados de1971, foi execrado por Fidel Castro, assim como outros escritores, por pedir informações sobre o desaparecimento do poeta Heberto Padilla. Em 1973, recebeu o Prêmio Médicis por sua obra “Livro de Manuel” e destinou seus direitos para ajuda aos presos políticos na Argentina. No ano seguinte, foi membro do Tribunal Bertrand Russell II, reunido em Roma para analisar a situação política na América Latina, em particular as transgressões dos Direitos Humanos.

Já em 1976, percorreu a Costa Rica, onde se encontrou com Sergio Ramírez e Ernesto Cardenal, e fez uma viagem clandestina até Solentiname, no Nicarágua. Esta viagem o marcaria para sempre e seria o começo de muitas visitas a este país.Carol Dunlop, sua última esposa, faleceu em 02 de novembro de 1982, e Cortázar teve um profundo desalento. Em 1983, retorna a democracia na Argentina, sendo a sua última viagem a sua pátria, onde foi recebido calorosamente por seus simpatizantes, que o paravam na rua e lhe pediam autógrafos, em arroste com a indiferença das autoridades nacionais. Após visitar seus amigos, retornou a Paris. Pouco depois lhe foi concedida a nacionalidade francesa.

Faleceu de leucemia em 1984, e foi sepultado no Cemitério do Montparnasse, no mesmo jazigo de Carol. Em seu sepulcro se ergue a imagem de um “cronópio”, personagem criado pelo escritor.

O argentino é avaliado como um dos autores mais inovadores e notáveis de seu tempo, mentor do conto curto e da prosa poética, comparado a Jorge Luis Borges e Edgar Allan Poe. Foi o instituidor de novelas que implantaram uma nova forma de fazer literatura na América Latina, irrompendo os moldes clássicos mediante narrações que fogem da linearidade passageira e onde os personagens contraem autonomia e sagacidade psicológica inéditas.

Suas poesias, romances e contos permanecem seduzindo leitores aos montes. Entre as obras de destaque estão “Rayuela” (Jogo da amarelinha) publicada em 1963, onde se podia ler seguindo a sequência dos capítulos ou então de uma forma salteada, adotando um tabuleiro no início do livro e ainda Histórias de cronópios e de famas, Octaedro, Papéis inesperados, Bestiário e Divertimento.

“Siempre fuiste mi espejo, quiero decir que para verme tenía que mirarte.” (Bolero/Julio Cotázar)

Gracias por todo y hasta pronto mis amigos.

23 de junho de 2018 – ​Suelen Kukul Bracho

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CULTURA LATINA

UNIDOS APENAS APÓS A MORTE

Nas obras de reforma da capela na igreja de San Pedro de Teruel (Espanha), foram descobertas duas múmias enterradas juntas e com elas um antigo documento onde se narrava sua melancólica história. Foi este o início de uma das lendas mais romanescas da tradição espanhola, a lenda de “Los amantes de Teruel” (os amantes de Teruel).

A nossa narrativa teve seu princípio no ano de 1217, em Teruel, uma cidade situada na região de Aragão na Espanha, capital da arte “mudéjar” (arte espanhola com influência árabe),a qual foi reconhecida pela UNESCO como patrimônio da humanidade. Os protagonistas foram dois jovens que pouco a pouco descobriram que a amizade que os unia desde a infância, se demudaria em um sentimento muito maior e mais forte, o amor. Todavia, como em muitos dramas literários sua paixão foi interrompida por suas condições sociais. Ela, Isabel de Segura pertencia a uma das famílias mais abastadas da cidade, por outro lado Juan Diego Martínez de Marcilla era tão somente o segundo filho de uma miserável família. Quando Juan Diego pediu a mão de Isabel a seu pai o mesmo o baniu,expondo que ele não tinha as riquezas que sua filha merecia. Entretanto, a obstinação de Isabel fez com que Dom Pedro, seu pai mudasse de ideia e o mesmo concedeu um prazo de cinco anos para que Juan Diego juntasse o dinheiro necessário para o casamento. Sendo ele jovem, foi para a guerra enquanto o pai de Isabel se empenhava em arrumar a ela um casamento apropriado.

Faltando apenas uns dias para finalizar o prazo, ele a persuadiu a casar-se com Dom Pedro Fernandez de Azagra. Porventura quis o destino que no dia da cerimônia, também fosse o dia do retorno de Juan Diego.

Ao saber do casamento da amada, em desespero ele foi até a igreja e pediu a ela um beijo de despedida. Por já estar casada, ela negou o pedido e Juan Diego com o coração roto de tristeza e desilusão caiu morto a seus pés. No dia seguinte foi celebrado o seu enterro na igreja de San Pedro.

Isabel não conseguiu suportar o dano que causou a seu amado e foi a cerimônia para ficar ao seu lado. Ao chegar encostou seus lábios junto aos dele, e o casal não voltou a separa-se pois ela havia abandonando a vida após o último ósculo. A cidade comovida a história decidiu enterrá-los juntos .

Muitos versos, peças teatrais, óperas, músicas, esculturas e quadros vem tentando captar a essência dessa grande história de amor que tem invadido os corações de tantas pessoas desde meados do século XVI. A maior representação desta história de amor, que foi criada para honrar o casal de apaixonados é uma escultura criada por Juan de Ávalos (1911-2006), nela se concebe as figuras de Isabel e Juan Diego, com as cabeças inclinadas ligeiramente uma em direção a outra, com a mão esquerda dela estendida a ele, sem tocá-lo como símbolo do amor impossível. Abaixo destas esculturas repousam seus restos mortais, em duas caixas de treliça trabalhada em alabastro.

Do mesmo modo, a cidade que os viu nascer celebra a “Bodas de Isabel Segura” anualmente. Nessas comemorações, a população volta para o século XIII trajando vestes medievais e participando de exposições teatrais do drama.A música do mesmo modo os lembra. O compositor de Salamanca Tomás Bretón (1850-1923) destinou uma ópera a eles em quatro atos que foi principiada em Madrid em 1889. Por fim, a literatura quis homenagear sua reminiscência com múltiplas peças que descrevem a narrativa dos amantes. Entre os mais famosos estão “Os amantes de Teruel”, de Juan Eugenio Hartzenbusch (1806-1880), que concluiu seu trabalho com a despedida de Isabel, sintetizando tudo que era sua vida: “O céu que nos separa na vida nos unirá no túmulo “.

Gracias mis amigos y hasta luego…

31 de maio de 2018 – ​Suelen Kukul Bracho

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LA ISLA DE LAS MUÑECAS (A ILHA DAS BONECAS)

Entre as notáveis maravilhas naturais que o México traz para o mundo, existe um lugar chamado Xochimilco. O nome vem da língua náhuatl, que significa “O lugar onde crescem as flores”. Foi instituído em meados de 1352, por uma das sete tribos náhuatl nativas de Chicomostoc. É composto por aproximadamente 190 quilómetros de canais navegáveis, misticismo e natureza. Tais canais encontram-se ao sul do limite da Cidade do México, a 23 quilómetros da área central da cidade. É o único lugar na Cidade do México que ainda guarda o sistema de canais que compunham a incomensurável Tenochtitlán, que foi construída em uma ilha do lago Texcoco e na parte sul do imenso lago o povo construía as chamadas chinampas (uma espécie de canteiro flutuante erigido sobre áreas lacustres com madeira trançada, lama e vegetação nos quais realizava-se a cultura de algumas plantas e flores). Atualmente é uma rica fonte de entretenimento para aqueles que fogem da poluição e do intenso tráfico na Cidade do México.

Os canais de Xochimilco são um zéfiro de ar fresco e as suas gôndolas (que recebem o nome de trajineras/traineiras), sobrepõem um pouco de cor ao ar plúmbeo da área central mexicana. É em Xochimilco que está localizada a misteriosa ilha das bonecas (Isla de las muñecas ), uma paisagem enigmática e tétrica que foi habitada por alguns anos pelo ermitão Julian Santana Barrera , atualmente essa ilha representa um cenário medonho com bonecas de todos os tipos e tamanhos, penduradas nas árvores lá existentes.

De acordo com a lenda conta-se que Julian encontrou um cadáver de uma jovem que afogou -se enrolada em lírios próximo a margem de um dos canais da ilha. Desde então Julian foi sistematicamente “visitado” pelo espírito da moça, a qual chorava, gritava e queixava-se initerruptamente.

Com abundante temor, Julián encontrou uma solução para seu problema em pouco tempo… ao navegar pelos canais encontrou uma boneca boiando sobre as águas, foi então que teve a ideia de pendurar a boneca em uma árvore, com intuito de proteger-se do espírito da moça e de outros que pudessem por ali chegar. Com o passar do tempo foi arrecadando bonecas de todos os tipos e tamanhos e foi rodeando sua ilha com elas, pendurando-as pelas árvores, para que fossem elas suas guardiãs. Atualmente essas “guardiãs” contam por volta de mil.

Em meados do ano de 2001, já com idade avançada Julian se aproximou de um dos canais da ilha para pescar com seu sobrinho… Na ocasião, Julián confessou ao sobrinho que existia uma “sereia” no rio, a qual pretendia levá-lo com ela a muito tempo. O sobrinho fez pouco caso da história e disse ao velho tio que aquilo não passava de um frenesi de sua parte e que as sereias não existem. Após proferir tais palavras, deixou o tio por alguns instantes e foi guardar o gado que pelas imediações pastava. Ao regressar encontrou o cadáver do tio boiando sobre as águas, no mesmo lugar onde a anos atrás ele havia encontrado o corpo da moça. Julián teve um infarto fulminante e seu corpo sem vida caiu nas águas do canal. Após a partida de Julian, seu sobrinho herdou o lugar e o converteu em um local turístico.

Desde esse momento, a ilha é conhecida como “La isla de las muñecas”, um lugar cercado pelo mistério e tragédia o qual atrai turistas de todas as partes do mundo. Os visitantes asseguram que algumas das bonecas ali penduradas envelhecidas, sujas, com seus globos oculares ocos e muitas vezes mutiladas, cobram vida na penumbra e afugentam os maus espíritos que rodeiam o ambiente misterioso.

Gracias mis amigos, hasta pronto….

1 de fevereiro de 2018 – ​Suelen Kukul Bracho

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